As aulas presenciais de ballet em determinado momento da pandemia do novo coronavírus, precisaram ser suspensas em todo o país. O isolamento social e as novas normas de saúde e segurança, exigidas pelos órgãos públicos, fizeram com que as salas e estúdios de dança fossem fechados e as atividades interrompidas.
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Diante disso, professores e alunos precisaram se adaptar a uma nova forma de aprendizagem e ensino. Pensando no bem estar de suas alunas, a professora Carol, do Baillarine Ballet, em Florianópolis, passou a oferecer aulas online e disponibilizar conteúdos digitais na internet.
Assim, de forma didática, a mãe das alunas recebiam um link por e-mail, para acessar as aulas, exatamente no horário que teriam as aulas presenciais. Bruna Vargas, mãe da pequena Alice, de 4 anos de idade, revela que no início teve um pouco de dificuldade com as aulas online.
— Era uma novidade para mim e para ela, então, essas aulas nos exigiam mais disciplina, entretanto, com o tempo fomos nos adaptando e a forma como o método era passado nos motivava a continuar — fala Bruna.
Mas conforme a pandemia foi se estabelecendo, a professora, Carol Brittes, percebeu que podia oferecer algo a mais para as pequenas bailarinas e investiu na produção visual de uma aula online gravada, animada e colorida de ballet, onde a criança aprende os passinhos e coreografias de uma forma educativa, criando um cenário lúdico e divertido, para interagir com suas alunas.
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A interação das aulas online
Com o objetivo de manter seu propósito de levar leveza e alegria para suas alunas, além de confortá-las nesse momento singular que o mundo vive hoje, a professora preparou uma aula especial online intitulado Baby Star, para a turma da primeira infância, composta de crianças de até 7 anos de idade.
— O ballet, para mim, é mais do que passos. Nas aulas, trabalhamos cognitivamente questões como disciplina, perseverança, criatividade, auto estima e sociabilidade. As atividades propostas são todas muito importantes para crianças que estão em plena formação. — revela Carol.
A professora revela que até a aula online ficar pronta, foram seis meses de preparação. E, durante esse período, ela e as alunas se encontravam remotamente pelas plataformas virtuais, a professora do estúdio de dança e as alunas, cada uma na sua casa.
Para Alessandra Muller, mãe da Júlia, de quase 3 anos de idade, o ballet, mesmo que online, tem auxiliado significativamente no desenvolvimento físico e cognitivo da filha, que tem uma condição genética especial, causada pela síndrome de down.
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— Melhorou o equilíbrio, a coordenação motora, o convívio social e o ritmo de resposta para tudo, além é claro do entendimento de regras, que o ballet também ensina. Como um relato, gostaria de contar que pouco antes de iniciar o ballet, ela tinha feito uma avaliação com uma psicomotricista que constatou que a Juju ainda pegava na lateralidade, mas, depois da aula de ballet, pronto, ela já tinha sanado tudo — fala animada a mãe.
Algumas mães e também alunas sentiam falta de ter aulas presenciais. Assim, desde que foi permitida a retomada das atividades pelos órgãos responsáveis, Carol voltou a oferecer aulas no estúdio, com todas as medidas de saúde e segurança exigidas.
— O grande desafio do online é que como professora a gente tem que prender a atenção da aluna e fazer esse estímulo a distância é muito mais difícil do que presencialmente. Por isso, nas aulas virtuais a gente trabalha com bastante elementos lúdicos e coloridos, com aulas temáticas, incentivando a imaginação e os sonhos, proporcionando o engajamento das bailarinas a partir de uma grande brincadeira. É assim que a criança aprende — conta a professora.
Detalhes que fazem a diferença
A aula online exige um nível de detalhamento do método de ensinar ballet muito mais alto do que na metodologia presencial. Pensando nisso a vídeo aula foi criada com animação gráfica para obter a atenção plena e o interesse em aprender ballet. A professora Carol se transforma em personagens que, através de uma forma lúdica, ensina mais de 30 passos e 15 coreografias. A aula é divida em seis temas, o Brilho da Borboleta, a Bela Flor, a Fada Estrela Cadente, a Estrela do Mar, a Bailarina e o Espaço Divertido.
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Nesse novo formato de aprendizado online, o acesso é vitalício, para assistir quantas vezes quiser ( no celular, na tablet, no computador e ainda transmitir na TV) podendo levar a aula de ballet para onde for. Isso tudo para, proporcionar um descanso para os pais e, ao mesmo tempo, manter a atividade da criança. Àlem disso proporcionar ballet para crianças que não tem condições em ir para uma escola de dança.
Vanessa Roth Hillel, mãe da pequena bailarina Liz, de 3 anos de idade, revela que a experiência da aula online foi desafiadora, mas que se surpreendeu pelos resultados alcançados.
— No início, a Liz teve dificuldade em aceitar a aula online, mas depois de assistir a aula da Carol, que é incrível, tudo fluiu super bem. Ela pede para assistir sempre, aprender os passos e se diverte muito. Este é um momento em que ela fica no mundo dela, de fantasia, de bailarina. E um dos pontos mais positivos é eu poder participar da aula com ela. Ela convida eu e o pai dela para dançar e nos divertimos muito — conta Vanessa.
Para a professora, o grande objetivo do ballet on-line é exatamente esse: deixar as alunas ativas, felizes e mais inteligentes, contando sempre com o apoio dos pais, que ajudam nesse exercício de preparar a criança para as aulas.
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Por isso, Carol acredita muito nas aulas online e que esse seja um caminho sem volta.
— A tendência do mundo já estava nessa direção. As novas tecnologias já vinham dando sinais de que as aulas online seriam o futuro do ballet. Não acredito que o virtual venha para desumanizar as relações, ela estará cada vez mais presente em nossas vidas. Acho que vai haver uma fusão. No caso da Baillarine Ballet oferecemos aulas presenciais e também aulas online. Acredito que a aula online não substitui a presencial, mas, elas podem e certamente se complementarem — afirma Carol.