Em 2019, a Escola Bolshoi Brasil, sediada em Joinville, promove sua 12ª formatura. Neste ano, 20 bailarinos completam a formação no curso técnico em dança clássica e recebem o certificado de profissionais da dança. Para celebrar este momento, eles são as estrelas de duas apresentações, nos dias 13 e 14 de dezembro, às 20 horas. Elas são fechadas para pais e convidados. No dia 15 de dezembro, às 10h30, ocorre a tão esperada cerimônia de Colação de Grau.

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A formação da Escola Bolshoi dura oito anos, entre o curso básico e o curso técnico de dança. Alguns alunos chegam no meio do curso, vindos de outras instituições de dança do Brasil e de outros países da América do Sul.

Para os futuros bailarinos, este é um momento de comemorar essa conquista com aqueles que o apoiam e que lutaram para que este sonho se realizasse. Os anos de estudos na instituição contribuem para que os alunos saiam não apenas com a formação técnica em dança, mas também profissionais preparados para buscar seu espaço no mercado de trabalho. Além de aulas teóricas e palestras sobre carreira, projetos como “retribuir para impulsionar”, onde ex-alunos compartilham suas experiências, conscientizam esses jovens sobre as etapas seguintes após a formatura.

A Escola também oportuniza uma chance de primeiro emprego na Cia. Jovem Bolshoi Brasil, que todos os anos renova o elenco de bailarinos com alguns dos recém-formados, já que os integrantes da companhia costumam passar em seleções para companhias de outros lugares do Brasil e de outros países.

No início deste ano, 16 bailarinos integravam a Cia. Jovem, dos quais cinco já se despediram e estão dançando em grandes teatros na Alemanha, Áustria, Rússia e Bulgária, onde o bailarino Thiago Victor Santana está com contrato assinado de solista para temporada de 2020. Isso é resultado de um novo momento que vivemos, em todas as áreas.

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No caso da dança, as companhias buscam profissionais cada vez mais completos e proativos, e o esforço do aluno nessa etapa final pode garantir oportunidades para o futuro, construindo pontes com o mercado e buscando locais onde melhor se encaixam.

foto mostra bailarina de vestido branco em pose de balé que demonstra leveza
(Foto: Aline Volpato, Divulgação)

Irmã de solista do Theatro Municipal está entre os formados

Vitória Martiny, 18 anos, chega ao último ano da Escola Bolshoi já projetando uma carreira internacional, mas antes, tem o sonho de conseguir uma vaga na Cia. Jovem para adquirir experiência.

— Desde muito nova tenho o desejo de viver da dança, como minha irmã, Fernanda, primeira solista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Com o tempo, percebi que é possível trabalhar duro e ser feliz, quando fazemos o que amamos. Nesses anos de Bolshoi, aprendi a nunca desistir e correr atrás desse propósito — completa Vitória.

foto mostra jovem bailarino de figurino preto com braços estendidos e perna para o alto, em pose de balé
(Foto: Aline Volpato, divulgação)

Família sonha abrir escola de dança no futuro

Para Pedro Luz, o apoio da família, que se mudou de Maceió para Joinville em 2012, quando ele foi aprovado pela Escola Bolshoi, foi fundamental durante o processo de formação. Além do incentivo, os pais estão fazendo um curso técnico de dança para, futuramente, abrir uma escola de dança com o filho.

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— Antes quero dançar muito, em palcos pelo mundo. Encontrei-me na dança a caráter, quando tive aulas com a professora Galina Kravchenko; foi com ela que descobri minha paixão pela dança e por expressar o que estou sentindo. A cada etapa tiro uma lição pra vida, mas neste último ano, confesso que me dediquei ainda mais, aproveitando cada conselho, cada ensinamento e cada oportunidade, pois sei que lá fora tudo isso vai fazer diferença —, completa Pedro.

Formatura tem estreia de espetáculo

No primeiro ato das apresentações de formatura, os bailarinos dançam variações de balés aclamados e apresentam o resultado de todos os anos de dedicação à arte na Escola Bolshoi. Em seguida, acontece a estreia do trabalho contemporâneo "Tabu", criado pelo professor e coreografo William Almeida.

Este balé transita das linhas clássicas para o neoclássico e contemporâneo. A escolha da movimentação foi estudada para ser abrangente e distinta dos outros trabalhos criados por William, mas sem perder a essência e as características peculiares do coreografo. Tabu denomina algo que é considerado proibido, seja uma prática que é apontada como imoral ou que vai contra alguns princípios.

Ele fala sobre o tabu criado pela sociedade, colocando em questão as minorias como: feminismo, racismo, homossexualidade, feminicidio, xenofobia, entre outros, e faz uma reflexão sobre a vida e seus devaneios. A partir de 2020, o trabalho fará parte do repertório da Escola Bolshoi.

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