Para quem desconhece a esclerose múltipla e imediatamente associa o adjetivo esclerosado ao substantivo velho, a maior surpresa é descobrir em qual faixa etária essa doença se faz mais presente.
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– Ela acomete, em sua maioria, indivíduos de 20 a 40 anos – diz o neurologista Luciano Nogueira, de Florianópolis.
Tecnicamente, explica ele, trata-se de um mal (sem cura e sem causa conhecida) que destrói a mielina, substância que recobre e isola as fibras nervosas do cérebro. Metaforicamente, conta o médico, é como um fio desencapado que produz de três a quatro choques, ou surtos, por ano.
Confira a entrevista com o neurologista
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Durante o tempo que dura cada surto, o paciente pode, por exemplo, perder a visão de um olho ou ter dificuldade para mover uma parte do corpo. Passado o surto, os problemas melhoram, mas a parte atingida nunca volta a funcionar como antes, deixando sequelas que vão se acumulando ao longo da vida.
– É uma das doenças neurológicas que mais causam debilidade ao ponto de incapacitar para o trabalho – afirma o médico.
Muitas vezes, o paciente procura uma série de especialistas, como oftalmologistas e ortopedistas, antes de conseguir ser diagnosticado corretamente.
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– Os sintomas podem ser muito sutis e discretos. A doença passa despercebida e é confundida com outras situações – afirma Nogueira.
Com sintomas desde a década de 1990, a dona de casa Nilse Campana, de 52 anos, aposentada por invalidez, há 10 anos toma remédios para reduzir o número de surtos. Seu último surto grave ocorreu em 2003 e afetou o lado direito do corpo. Para ela, manter-se ativo é a receita para prolongar a qualidade de vida.
– Tenho dificuldade para andar, mas faço pilates, aulas de pathcolagem e canto num coral – diz ela, que também é presidente da Associação de Apoio aos Portadores de Esclerose Múltipla da Grande Florianópolis (Aflorem).
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A Aflorem promove encontros no último sábado de cada mês. A partir de segunda-feira, a entidade realiza uma série de atividades para marcar a Semana Municipal de Esclarecimento e Conscienização à Esclerose Múltipla. Mais informações no site.