Novo ou usado, à vista ou financiado, qual é o melhor modelo? São poucas certezas e muitas dúvidas para nos confundir na hora de decidir sobre a compra de um carro. Afinal, o investimento é alto e exige muita cautela e uma boa dose de planejamento financeiro antes de pisar no acelerador.

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De acordo com a professora e coordenadora do curso de economia da Univille, Jani Floriano, a escolha depende do perfil de consumo de cada um ou de cada família, mas, em um primeiro momento, o zero-quilômetro pode ser a melhor opção porque o consumidor vai comprar um carro com garantia de fábrica, o que significa que, pelo menos durante dois ou três anos, não terá necessidade de consertos, apenas manutenção. Também vai encontrar taxas de juros mais baixas, já que os bancos oferecem para carros novos financiamentos com prazo mais longo, que têm as taxas de juros mais baixas do que ofereceriam para carros usados.

Além disso, quem comprar um zero será o primeiro dono, portanto, não conviverá com surpresas no curto prazo. Porém, o que mais pesa contra a compra do veículo novo é a desvalorização já na retirada da concessionária, que pode chegar a 20%. Isso ocorre pela chamada assimetria de informação, que quer dizer o seguinte:

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– Se o carro custa R$ 45 mil na concessionária e tem uma pessoa querendo vender o mesmo carro (modelo, ano) por igual valor, pode-se questionar por que está vendendo? Não gostou? Deu problema? Não foi um bom negócio? Bateu, arrumou e quer se livrar do carro? Enfim, se o valor é o mesmo, compro diretamente da concessionária e não de um particular ou de uma revenda de usados – afirma Jani.

Quer dizer, comprando um usado, você se livra da depreciação do veículo, que já foi aplicada no bolso do primeiro proprietário. Jani faz outro alerta importante: o financiamento. Um carro usado, por ser mais barato, terá um valor menor de financiamento e os juros são calculados com base nesse valor. Assim, a prestação poderá ficar mais baixa.

O corretor Marcos Alexandre Celva, da Protec Seguros, em Joinville, aponta outra vantagem do carro usado em relação ao zero-quilômetro.

– Muitas vezes, ao optar por um seminovo, o consumidor consegue comprar um carro do mesmo modelo, com dois ou três anos a mais, mas com mais acessórios de conforto e segurança por um preço menor – argumenta Marcos.

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Ele também considera o atual momento da economia mais propício para a compra do usado, pois é mais fácil de negociar, principalmente, se o consumidor já tem um carro e quer trocar por outro.

– Em geral, a concessionária paga menos por um usado do que uma revenda – ressalta.

Mas o que mais pesa contra a compra de carro usado é que ele pode ser uma caixinha de surpresas. Será que foi bem cuidado? Envolveu-se em alguma batida? Já tem problemas? Nesse caso, consulte um mecânico de confiança para ajudar a fazer uma boa avaliação.

Duas questões básicas podem mudar os planos

Mas o que, de fato, o consumidor deve levar em conta na hora da compra de um carro?

– É preciso considerar a necessidade real de se ter ou de trocar o carro. É necessário ou é um capricho? – questiona a professora de economia Jani Floriano.

Respondida a primeira questão, passa-se à seguinte: se é necessário, tenho condições de manter o carro? E aqui não estamos falando só na prestação, mas também no combustível, impostos, seguro e estacionamento, entre outros gastos associados.

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– É essencial fazer essas contas, para não se enrolar e ter que sacrificar a saúde financeira da família – recomenda Jani.

Para o corretor Marcos Alexandre Celva, o seguro do carro não deve ser ponto para se decidir por um veículo novinho em folha ou usado. É claro que o valor do seguro do novo é mais caro, em torno de 5% a 7%, mas o valor que será segurado também é maior. De acordo com Marcos, o que mais onera um seguro é o perfil do consumidor. Nesse caso, os mais jovens e os que dirigem carros esportivos e importados levam desvantagem.

Entretanto, se o carro for muito velho, o valor do seguro pode aumentar. A seguradora leva em consideração fatores como valor do carro, peças de manutenção, veículos visados em roubos, além dos fatores específicos do condutor, mas que não mudam se o carro é novo ou usado.

A dica é que se for pagar à vista, negocie desconto. Se for financiar, faça as contas porque pequenas diferenças nos juros, por causa do prazo longo, podem significar uma grande diferença no custo final.

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