A morte de um dirigente do PT no fim de semana preocupa especialistas e lideranças partidárias. A Polícia Civil do Paraná acredita que Marcelo Arruda, 50 anos, tenha sido morto por intolerância política, o que acende alerta a poucos meses da eleição. 

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Para o cientista político Eduardo Guerini a morte no Paraná é um sintoma da escalada da polarização política, da radicalização e do extremismo. 

— Desde o impeachment de Dilma até a eleição de Bolsonaro, o que se vê é uma escalada de um discurso de violência, de morte. Um discurso que muitas vezes gera uma psicopatia social — afirma. 

Guerini defende que a polarização é alavancada muitas vezes por falas do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele avalia como essencial que as instituições ajam para demarcar o que seria um debate político em torno da diversidade de posições. 

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— Essencialmente, aniquilar o inimigo político no sistema democrático de direito é vencer pelo voto e não pela exclusão ou eliminação dos seus opositores — comenta. 

Dirigentes partidários condenam morte

A morte de Marcelo Arruda foi condenada por lideranças políticas de Santa Catarina. O presidente do PSOL-SC, Mário Dutra, atribui a morte à “campanha de ódio disseminada pelo presidente Bolsonaro”. 

— A escalada violenta contra ativistas dos movimentos sociais e militantes de partidos de esquerda se acelerou no último período. E isso é muito preocupante. Não podemos confundir polarização, disputa de ideias. Foi um crime de ódio político — diz Mário. 

Já Claudio Vignatti, presidente do PSB-SC, classificou o caso como “muito grave”. Por meio de uma rede social, ele lamentou a morte de Marcelo e disse que o dirigente petista morreu com o sonho “de ver o Brasil feliz de novo, sem um presidente que estimula o ódio”. 

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O presidente do PT-SC, Décio Lima, disse que o país enfrenta absurdos e que a morte de Marcelo “revela um acontecimento que tem culpados”. O caso do Paraná acendeu alerta e internamente o partido analisa formas de segurança para que esse caso não gere uma preocupação permanente. 

Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre o caso dizendo dispensar apoio de quem pratica violência contra opositores. 

“A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, escreveu. 

O presidente disse não incentivar a violência e que o uso de frases descontextualizadas para justificar seu possível incentivo é “atentar contra a inteligência das pessoas”. 

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Silvio Dreveck, presidente do PP-SC, diz repudiar o ataque que resultou na morte e ações como essa “não contribuem para a democracia”. Em sua visão, existe radicalismo dos dois lados, mas nada justifica a violência.

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