O novo sistema presidencialista sugerido pelo chefe de Estado, Recep Tayyip Erdogan, venceu o referendo neste domingo (16) na Turquia, com 51,3% dos votos, no momento em que a apuração das urnas alcançou 98%, e a oposição já denuncia manipulação eleitoral. As informações são da agência de notícias EFE.

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O voto a favor do novo sistema lidera a contagem com uma vantagem de 1,3 milhão de votos sobre o “não”, o que lhe garante a vitória, embora a proporção ainda possa variar. No entanto, o Partido Republicano do Povo (CHP), o maior da oposição, que fez campanha contra a reforma, denunciou que os números provêm da agência semipública Anadolu e ainda não são os resultados definitivos da Junta Suprema Eleitoral.

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Além disso, Erdal Aksünger, um porta-voz do CHP, declarou à imprensa que seu partido impugnará 37% das urnas apuradas, porque há “muita manipulação”.

Uma das maiores preocupações da oposição é o comunicado da Junta Suprema Eleitoral, que hoje permitiu considerar válidas na contagem as papeletas não previamente seladas pela equipe da mesa eleitoral, o que abre a porta para manipulações na avaliação dos opositores de Erdogan.

– Dizem que são válidas as papeletas e os envelopes sem selo oficial. Isso é ilegal. Isso quer dizer que podem ser trazidos votos de fora – afirmou à imprensa o vice-presidente do CHP, Bülent Tezcan.

O triunfo da reforma, que seria aplicada a partir de 2019, abriria o caminho para que Erdogan possa governar até 2029, ou, inclusive, até 2034. Os defensores da reforma sustentam que esta daria estabilidade ao país e melhoraria o crescimento econômico e a segurança, enquanto a oposição teme que Turquia se converta em uma espécie de ditadura devido aos enormes poderes que seriam atribuídos ao presidente.

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Turquia prorrogará estado de emergência após referendo

A Turquia prorrogará o estado de emergência em vigor há quase nove meses, informaram, nesta segunda-feira, as redes de televisão CNN Turk e NTV.

A decisão de estender o estado de emergência, imposto após o golpe de Estado fracassado de 15 de julho de 2016, será tomada durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional prevista a partir das 16h30min (13h30min no horário de Brasília).

O vice-primeiro-ministro, Nurettin Canikli, citado pelo canal A Haber, se limitou a confirmar que a questão será discutida durante a reunião.