O presidente turco Recep Tayyip Erdogan propôs, nesta quarta-feira, “que a nação decida” se quer mudar a Constituição e outorgar mais poderes ao chefe de Estado, depois que a oposição parlamentar rejeitou seu projeto de reforma na Carta Magna.

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O socialdemocrata Partido Republicano do Povo (CHP) se retirou, na noite de terça-feira, da comissão que procurava elaborar um novo texto constitucional.

“Não podemos participar de uma instância que, na verdade, não é mais do que uma sucursal de campanha para a presidencialização do regime que o AKP (a formação no poder) conduz”, declarou um representante do CHP, Bülent Tezcan, após uma nova reunião desta comissão parlamentar.

Ante esta situação, o presidente do Parlamento, Ismail Kahraman, anunciou a dissolução da comissão que contava com 12 representantes dos 14 partidos presentes no Parlamento, que começou a trabalhar em 3 de fevereiro.

Uma tentativa anterior de chegar a um acordo no Parlamento também havia fracassado em 2013.

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Desde sua eleição como presidente da República em agosto de 2014, Erdogan, de 61 anos, advoga por uma reforma constitucional e um sistema em que o chefe de Estado assuma a maior parte do poder executivo, agora nas mãos do primeiro-ministro, cargo que ocupou, de 2003 a 2014, antes de assumir a presidência.

A atual Constituição foi adotada em 1980, depois de um golpe de Estado militar.

Um porta-voz de Erdogan sugeriu, em 2015, que o tema da reforma constitucional fosse resolvido com um referendo. “Buscaremos a opinião de nosso povo. Se o mecanismo para consegui-lo é um referendo, então este será o caso”, havia dito Ibrahim Kalin.

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