O presidente da Turquia, o islâmico-conservador Recep Tayyip Erdogan, pediu nesta segunda-feira que a minoria curda do país não apoie o Partido Democrático Popular (HDP, pró-curdo) nas eleições legislativas de domingo, acusando-o de ser cúmplice dos rebeldes curdos.

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“Eu apelo às pessoas de toda a região. Se vocês não derem uma lição em 1º de novembro aqueles que apoiam essa organização terrorista (Partido dos Trabalhadores do Curdistão, PKK), quando o farão?”, declarou Erdogan em um discurso diante de uma plateia de autoridades locais em Ancara.

“Eles têm a audácia de falar da paz (…) para eles a paz é o sangue”, acrescentou acusando, sem nomeá-lo, o HDP.

Há semanas, Erdogan acusa o partido de ser “cúmplice” do PKK, que assumiu em julho sua campanha de ataques contra as forças de segurança turcas. Mais de 150 policiais e soldados foram mortos durante essas operações, ao que o exército turco retaliou bombardeando o PKK no norte do Iraque.

O chefe de Estado prometeu nesta segunda que esses bombardeamentos de represália vão continuar depois das eleições, “até que a organização terrorista enterrem suas armas em concreto e se retirem da Turquia”.

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“Estas operações vão continuar contra todas as organizações terroristas após 1º de novembro”, assegurou, visando o PKK, bem como o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) ou a extrema-esquerda turca.

As autoridades turcas consideram o EI como “suspeito número 1” do ataque suicida que deixou 102 mortos e mais de 500 feridos em 10 de outubro em uma reunião de militantes de esquerda e da causa curda em Ancara.

BA/pa/at /mr