O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta sexta-feira à imprensa não ter “nenhuma dúvida” quanto a responsabilidade das milícias curdas na Síria no atentado com carro-bomba que fez 28 mortos na quarta-feira no centro de Ancara.

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“Não temos nenhuma dúvida sobre o fato de que os responsáveis por este ataque foram as YPG (Unidades de Proteção do Povo Curdo) e o PYD (Partido de União Democrática), declarou Erdogan à imprensa.

Erdogan também declarou que pretende advertir seu colega americano Barack Obama, durante uma conversa por telefone programada para esta sexta-feira às 15h00 GMT (13h00 de Brasília), sobre o apoio dos Estados Unidos a esses combatentes, que a Turquia considera “terroristas”.

“Vamos dizer a eles (líderes americanos) onde e como detonam as armas que eles fornecem a essas organizações”, declarou o homem forte da Turquia.

“A obstinação do Ocidente nos entristece”, acrescentou.

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O ataque de Ancara teve como alvo um comboio de ônibus militar no coração da capital, perto do quartel-general do exército e do parlamento.

Ele matou 28 pessoas e feriu 81, segundo os últimos dados oficiais.

Erdogan e o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu afirmaram que o ataque foi planejado pelas YPG com a ajuda do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

De acordo com Davutoglu, o suposto homem-bomba seria um sírio de 23 anos, Salih Necar, que teria ligações com as milícias curdas na Síria.

O líder do PYD, Salih Muslim, e um dos líderes do PKK, Cemil Bayik, negaram as acusações.

Quinta-feira à noite, o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, afirmou que não poderia “confirmar ou negar as alegações do governo turco” sobre as responsabilidades no ataque em Ancara.

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O apoio militar americano às milícias curdas na Síria, na linha da frente na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, aumenta a tensão entre a Turquia e os Estados Unidos, ambos membros da Otan.

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