Ação conjunta dos serviços de inteligência da Polícia Civil e da Brigada Militar permitiram identificar os locais que poderiam ser alvos de depredadores durante a manifestação desta quinta-feira em Porto Alegre, bem como algumas lideranças do grupo que vem praticando depredações. De acordo com o comandante-geral da BM, coronel Fábio Duarte Fernandes, eram 20 mil manifestantes e 250 depredadores nas ruas esta noite.

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Em entrevista ao programa Brasil na Madrugada, da Rádio Gaúcha, Fernandes detalhou a ação da BM durante o protesto, que resultou em 18 prisões. Entre os presos, há alguns adolescentes, e a maioria são estudantes. Sete agências bancárias foram muito depredadas, 25 lojas tiveram parte do patrimônio destruído e entre 10 a 15 locais de comércio foram saqueados.

Segundo o coronel, os depredadores adotaram uma estratégia diferente em relação às manifestações anteriores, que foi atear fogo em alguns locais, além de promover ataques com paus e pedras.

– Quando os depredadores se deparam com o choque, eles se utilizam de bombas, coqueteis molotov e pedras. Nós já tinhamos apreendido esse tipo de bombas durante a tarde, isso fez com que tivéssemos ações preventivas – descreveu o comandante.

Conforme o comandante da BM, a polícia identificou que esses grupos mais exaltados teriam vínculo com ideologias anarquista e punk. O trabalho de inteligência permitiu ainda uma ação integrada com o Corpo de Bombeiros, que tinha caminhões à disposição para conter os princípios de incêndio causados em alguns pontos.

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– A Brigada Militar agiu de uma forma extremamente técnica, tanto que tivemos um número pequeno de feridos e são feridos leves. Nossa prioridade é a garantia à vida das pessoas, não há por que mudarmos nosso procedimento – afirmou Fernandes.

O Hospital de Pronto Socorro recebeu quatro feridos, sem gravidade, durante a manifestação. Eles foram avaliados e seriam liberados em seguida.

O comandante enfatizou ainda o comportamento pacífico da imensa maioria dos manifestantes:

– É preciso destacar o esforço do movimento em conter esses depredadores, o que em um determinado momento não foi mais possível.

Houve confrontos entre parte dos manifestantes e a BM na Avenida Ipiranga, próximo à sede do jornal Zero Hora e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), onde a polícia usou bombas de efeito moral pela primeira vez. Depois, na Avenida João Pessoa, novamente foi necessário o uso desse tipo de bombas na região do Shopping João Pessoa, que foi apedrejado. Houve depredações também contra uma agência do Banrisul na mesma avenida. Por fim, novos confrontos ocorreram no Centro, próximo à Prefeitura.

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