Dâmilly Beatriz, de 18 anos, tinha o sonho de ser biomédica e ajudar a salvar pessoas. Mas nesta semana a jovem universitária de Blumenau teve a vida abreviada subitamente por causa de uma bactéria que iria justamente estudar durante a faculdade, a Staphylococcus aureus.
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Para a mãe, era a filha perfeita, com desejo profissional claro e posicionamento político forte:
— Durante a pandemia, ela falava que se já estivesse formada iria ajudar na produção de vacinas — relembra Daniela Veiga.
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A mãe contou não ter ouvido até então sobre a Staphylococcus aureus. Quando a filha começou a ter dor no pescoço na semana passada, jamais imaginou algo tão grave. Com a persistência do quadro, ela pensou em meningite ou caxumba, mas como a filha tinha sido vacinada, acabou descartando as hipóteses.
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Dâmilly deu entrada no Hospital Santa Isabel no domingo (11), por volta das 19h, e imediatamente passou por uma bateria de exames de sangue e imagem. Foi internada diretamente na UTI com um quadro de infecção generalizada e precisou ser colocada no respirador.
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A mãe conta que nessa altura os médicos disseram que já havia comprometimento das funções hepáticas e não demorou para avançar ao sistema cardíaco. Tudo foi muito rápido e a todo tempo os profissionais de saúde buscavam formas de reverter o quadro, frisa Daniela.
Na segunda-feira (12), no fim da tarde, o prognóstico era ruim e logo a pior notícia veio:
— A médica disse que a gente ia poder entrar ver a Damy, só ia olhar se ela não estava passando por nenhum procedimento naquele momento. Em questão de 10 minutos, voltou e falou que a minha filha tinha sofrido uma parada cardíaca e morreu.
Apesar da dor da perda e da incredulidade de que a filha tão jovem e sem nenhum problema de saúde tenha morrido repentinamente, o que chamou atenção até mesmo dos médicos, Daniela diz que viu o esforço da equipe de saúde para tentar salvar a universitária.
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— Estavam o tempo com ela, chamaram neurologista, fizeram de tudo — afirma.
Mas o que é essa bactéria?
Staphylococcus aureus está presente na pele de até 20% da população mundial. Mas, em casos raros, pode entrar no organismo através de machucados, hematomas ou cortes, cair na corrente sanguínea, causar uma infecção generalizada e provocar a morte em poucas horas.
No caso de Damy, foi através de uma espinha no rosto. A universitária fazia tratamento para acne, conta a mãe. Como qualquer pessoa, acabava mexendo na lesão na pele.
Daniela chegou a orientar a filha a perguntar ao profissional de saúde que a acompanhava se havia algo a ser feito por causa de um pontinho preto que surgiu na área de uma espinha interna. Porém, jamais ocorreu que ali seria o ponto de entrada da bactéria.
— Não foi descuido ou falta de higiene, ela cuidava — reforça a mãe.
Staphylococcus aureus também provou a morte do pequeno Arthur Araújo Lula da Silva, neto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2019. Na data da morte, chegaram a afirmar que o óbito era por meningite, mas depois veio a confirmação da bactéria. O garoto tinha sete anos de vida.
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