Duas equipes de reportagem de televisão foram agredidas e ameaçadas por bolsonaristas radicais que estavam no acampamento em frente ao 63º Batalhão de Infantaria, no bairro Estreito, em Florianópolis, nesta segunda-feira (9). Um jornalista da TV Barriga Verde foi empurrado por um agressor e levou um soco no rosto. O cinegrafista do SCC SBT foi agarrado e teve a camisa puxada por outro homem.

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Os casos aconteceram um na sequência do outro, no início da tarde. As duas equipes estavam trabalhando no local ao mesmo tempo para gravar a movimentação dos manifestantes, que receberam a orientação de policiais para desmontar o QG e saírem da frente da unidade militar por conta de uma ordem judicial do Supremo Tribunal Federal (STF).

No entanto, ao chegar na região, os jornalistas das duas empresas de comunicação foram recebidos com hostilidade e xingamentos por homens e mulheres que vestiam as cores da bandeira brasileira. Os bolsonaristas se referiram às emissoras como “comunistas” e disseram que os profissionais não eram bem-vindos para cumprir com seu trabalho no local.

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Em imagens gravadas pelas vítimas das violências, é possível ver pelo menos nove pessoas cercando os jornalistas durante as agressões ao repórter da TV Barriga Verde. Ele foi empurrado e caiu no chão, antes mesmo de se levantar, levou um soco no rosto.

Ao tentar se afastar do grupo, a equipe de reportagem do SCC foi perseguida por algumas pessoas e um homem agarrou o cinegrafista e puxou a gola da camisa dele. Na gravação, é possível ouvir o profissional pedindo para o agressor soltá-lo e a repórter garantindo aos agressores que a equipe estava se retirando.

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Bolsonaristas extremistas também já haviam cercado e agredido outra equipe em Blumenau no mesmo dia. Uma equipe da NDTV foi empurrada enquanto trabalhava em uma pauta do mesmo tema e a repórter precisou de escolta para deixar o local.

Contra as agressões à imprensa

A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) publicou uma nota em que condena as agressões e “entende que a violência praticada extrapola o direito constitucional, uma vez que ultrapassa os limites da razoabilidade”.

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A entidade também ressaltou que “qualquer tipo de intimidação, violência e tentativa de constranger os meios de comunicação em sua missão de informar à população configura atentado contra a liberdade de imprensa e o direito fundamental do acesso à informação, garantias previstas na Constituição Brasileira”.

A Acaert prestou solidariedade aos profissionais agredidos e reforçou que os agressores precisam ser identificados e punidos.

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