Nesta semana, uma equipe com técnicos da Defesa Civil do Estado, do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC (Ciram), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Tecnológico Simepar, do Paraná, estarão no Oeste para verificar qual o melhor ponto de instalação do novo radar meteorológico. Há três mapeados: dois em Passos Maia e um em Chapecó.

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:::Confira a previsão do tempo para SC

Segundo o diretor de Prevenção da Defesa Civil de SC, major Fabiano de Souza, os critérios para escolha do lugar levam em conta o relevo, a altitude e infraestrutura de acesso. O custo da torre e do equipamento deve ser maior do que os quase R$ 10 milhões aplicados no aparelho de Lontras, em virtude da alta do dólar. O equipamento instalado no Vale do Itajaí, em operação desde 2014, foi adquirido de uma empresa dos EUA.

O radar do Oeste terá um raio de 200 quilômetros, em 360 graus (veja ao lado), o que abrangerá não só a região, mas também áreas do RS, do Paraná e da Argentina. Isso permitirá monitorar frentes frias e também a formação de temporais nos vizinhos.

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O secretário da Defesa Civil de SC, Milton Hobus, disse que o Estado não vai aguardar verbas federais para o projeto e bancará a compra do equipamento.

::: Radar de Lontras está funcionando, diz secretário de Defesa Civil

– Eles (governo federal) estão enrolando e nossa meta é colocar em funcionamento no segundo semestre de 2016 – projeta Hobus.

Integrante do sistema de Monitoramento e alerta

A ideia é inaugurar o radar junto com o Centro de Monitoramento e Alerta do Estado, em construção em Florianópolis, e que receberá dados dos radares e estações meteorológicas de todo o Estado. Para que isso ocorra, até o final deste mês o governo pretende lançar os editais para a compra do radar e construção da torre.

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A expectativa é de que a presença do radar no Oeste permita alertar a população sobre temporais e evacuar zonas de risco, diminuindo prejuízos como os ocorridos em Saudades e Coronel Freitas, que decretaram Estado de Calamidade Pública após as enxurradas de julho. O radar de Lontras, que cobre 77% do Estado, não atinge o Oeste e o Extremo Sul catarinense. Um problema, já que o Oeste é área propícia a eventos climáticos extremos.

De acordo com Hobus, o radar permitirá prever a potencial formação de tornados,de temporais de granizo e de possíveis pontos de alagamento com duas horas de antecedência.

Chuvas e muito calor previstos no trimestre

O catarinense já sabe: tempos de El Niño significam chuvas intensas sobre o Estado durante outubro, novembro e dezembro.

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A previsão da Epagri/Ciram para os três últimos meses do ano, divulgada após o Fórum Climático de Santa Catarina, na última semana, apontou que o fenômeno deste ano é considerado de moderado a forte e intensificará episódios de chuva e a elevação das temperaturas em todo o Estado, com mais força na região Oeste.

A expectativa é que 2015 apresente acumulados de chuva acima da média com maior intensidade em outubro, enquanto ventos em médios e altos níveis da atmosfera mantêm o fluxo de umidade para a região Sul do Brasil. Normalmente, os acumulados de chuva indicam de 180 a 250 milímetros no Oeste e Meio-Oeste, Planalto Norte, Planalto Sul e Vale do Itajaí e de 140 a 150 mm no Litoral. Em novembro e dezembro, o volume de chuva os valores médios mensais variam de 130 a 180 milímetros no Estado.

Conforme outubro passa e chegam novembro e dezembro, as chuvas ganham a característica dos sistemas convectivos com as tradicionais pancadas de verão. Essas chuvas devem ser mais intensas, influenciadas pelas temperaturas mais quentes. A nebulosidade e a condição de chuva, mais frequente na madrugada e início da manhã, impedem a queda da temperatura deixando as mínimas mais elevadas.

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O El Niño deve perder intensidade apenas no outono de 2016, mas a maior influência do fenômeno ocorre na primavera do ano em que começa (2015) e no outono do ano seguinte, se houver continuidade.