Mais enxuto, porém com número maior de políticos do que de notáveis, o ministério de Michel Temer foi empossado na quarta-feira, horas depois da despedida de Dilma Rousseff. Cinco gaúchos ficaram no primeiro escalão, três como ministros: Eliseu Padilha (PMDB) na Casa Civil, Osmar Terra (PMDB) no Desenvolvimento Social e Agrário e Ronaldo Nogueira (PTB-RS) no Trabalho.
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Ainda no quinteto sulista, o general Sérgio Etchegoyen assumiu o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que retomou status de ministério, e o advogado Fábio Medina Osório responde pela Advocacia-Geral da União, agora sem o selo ministerial.
A redução de 32 para 23 pastas, viabilizada por fusões e perda do status de áreas, exigiu de Temer negociações com partidos até o meio da tarde. Os ministros de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), e da Integração, Helder Barbalho (PMDB-PA), só foram confirmados pouco antes do início da solenidade de posse.
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O “nomão” da Esplanada é Henrique Meirelles. Presidente do Banco Central na era Lula, o novo ministro da Fazenda assume com a missão de vencer a recessão. A equipe responsável por destravar a economia deve ter Ilan Goldfajn no BC e Moreira Franco, outro próximo de Temer, na Secretaria Especial de Investimento, que cuidará das concessões.
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Experiente no mapeamento de votos no Congresso, Padilha também auxiliará em negociações com as bancadas. Ele estará no núcleo duro de Temer, ao lado de Romero Jucá (Planejamento) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Hoje, Padilha participa da primeira reunião ministerial.
— A começar pelo ministro Meirelles, vamos começar a ter a indicação das primeiras providências — disse.
No quinto mandato de deputado federal, ex-secretário de Saúde do Estado e ex-prefeito de Santa Rosa, Osmar Terra foi indicado pelo PMDB da Câmara. O parlamentar foi o nome da ala do partido que liderou a rebelião em favor do impeachment e rompeu com o antigo líder Leonardo Picciani (RJ), novo ministro do Esporte. Terra tratará da fusão do Desenvolvimento Social com Agrário. Ele garante preservação de programas sociais, com aperfeiçoamentos no Bolsa Família:
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— Vamos trabalhar para que a área seja preservada dos cortes do orçamento, que ocorreram por necessidade, para adequar despesa e receita.
No Trabalho, que teve a Previdência tirada de suas atribuições, Ronaldo Nogueira virou ministro com chancela do PTB. Nome indicado pelo líder Jovair Arantes (GO), relator do impeachment na Câmara, venceu a queda de braço com Roberto Jefferson, que preferia Benito Gama (BA). Pastor da Assembleia de Deus, natural de Carazinho, ex-vereador, Nogueira está no segundo mandato de deputado.
Entre os ministros com um pé no Rio Grande do Sul há o senador Blairo Maggi (PP), nascido em Torres, mas que fez carreira política como parlamentar e governador do Mato Grosso. Outro nome que deixou o Senado foi José Serra, novo titular das Relações Exteriores — os tucanos ainda levaram Cidades e Justiça.
Veja um resumo de três minutos da sessão do Senado que afastou Dilma da Presidência
Casa Civil – Eliseu Padilha (PMDB)
Secretaria de Governo – Geddel Vieira Lima (PMDB)
Fazenda e Previdência Social – Henrique Meirelles (ligado ao PSD)
Planejamento – Romero Jucá (PMDB)
Justiça e Cidadania – Alexandre de Moraes (ligado ao PSDB)
Ciência e Tecnologia e Comunicações – Gilberto Kasssab (PSD)
Relações Exteriores – José Serra (PSDB)
Esporte – Leonardo Picciani (PMDB)
Agricultura – Blairo Maggi (PP)
Saúde – Ricardo Barros (PP)
Desenvolvimento Social e Agrário – Osmar Terra (PMDB)
Transportes, Portos e Aviação Civil – Maurício Quintella Lessa (PR)
Educação e Cultura – Mendonça Filho (DEM)
Meio ambiente – Sarney Filho (PV)
Turismo – Henrique Eduardo Alves (PMDB)
Secretaria de Segurança Institucional – Sérgio Etchegoyen
Trabalho – Ronaldo Nogueira (PTB)
Cidades – Bruno Araújo (PSDB)
Advocacia-Geral da União (AGU) – Fabio Medina Osório
Fiscalização, Transparência e Controle – Fabiano Augusto Martins Silveira
Defesa – Raul Jungmann (PPS)
Indústria e Comércio – Marcos Pereira (PRB)
Minas e Energia – Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB)
Integração Nacional – Helder Barbalho (PMDB)