A ansiedade já toma conta de centenas de corredores que vão participar de uma das provas mais tradicionais de corrida de Florianópolis. Neste sábado será dada a largada para a 22ª edição do Revezamento Volta à Ilha, prova que conta com um percurso de 140 Km ao redor da Capital do Estado. E entre os competidores estará uma equipe que está contando os segundos para o início: é o grupo de oito atletas com deficiência visual do time do Projeto Sexto Sentido.

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A prova não é fácil. São trechos de trilhas, em dunas, subidas e praias com areia fofa que tornam o percurso um dos mais difíceis do Brasil. Mesmo assim, o time quer se desafiar para fazer bonito na competição. Eles participam de cada etapa do revezamento com a parceria de seus guias.

— O trecho da Cachoeira do Bom Jesus é um dos mais difíceis em termos de acessibilidade e nele eu preciso confiar muito no meu guia para poder me soltar. A sintonia entre a dupla é fundamental — explica Marco Laurindo, que corre ao lado de sua esposa há dois anos.

— Eu treino com a Rosangela quase todos os dias e no caso do guia ele fala mais do que corre, pois precisa me falar tudo que está ao meu redor, ainda mais em trilha. Por isso esse entrosamento é fundamental — acrescenta Marco, que perdeu a visão aos 22 anos após um acidente de carro em Florianópolis e encontrou no esporte uma forma de se reabilitar.

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Coordenador do projeto há quatro anos, Fábio Luís Charneski, mais conhecido como Popeye, tem uma rotina intensa com os atletas da equipe e conta que a vivência é fundamental para o sucesso do grupo.

— Estar com eles é sempre um aprendizado. Estamos nessa desde 2008 e ao longo desse tempo fomos descobrindo e aprendendo com os nossos erros. O desafio está também na logística. Saber onde cada um vai correr, quais as dificuldades de cada trecho. Outra coisa é prover a estrutura, pois são oito atletas, oito guias e mais alguns no apoio. Precisamos de um ônibus, dois carros, hidratação, e com o passar do tempo fomos criando nossa forma de trabalho para melhorar a cada ano — explica.

Idealizada no ano de 1996 pela Eco Floripa, a Volta à Ilha se caracteriza por ser uma prova de revezamento que desafia as equipes a dar uma volta completa correndo na Ilha de Santa Catarina, capital do Estado. A prova é dividida em 17 trechos que desafiam os atletas em 140 km de praias, asfalto, dunas e trilhas. As equipes são formadas por dois, oito ou até doze atletas e competem em 8 categorias: Duplas, Aberta, Aberta Mista, Feminina, Veteranas 40, 50, 60 anos e Veterana mista.

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Confira os 17 trechos e o grau de dificuldade do Revezamento Volta à Ilha:

1 – Largada – Avenida Beira-Mar Norte – 10,1 km – Fácil

2 – Rodovia SC-401 (Decathlon) – 9,8 km – Difícil

3 – Santo Antônio de Lisboa (Praça) – 8,0 km – Moderado

4 – Praia da Daniela – 5,1 km – Moderado

5 – Jurerê Antigo (fim da praia) – 5,3 km – Moderado

6 – Cachoeira do Bom Jesus (Rua Otácilio Costa Neto) – 10,4 km – Muito, muito difícil

7 – Praia Brava (Rua Ari Kardec B. Melo) – 5,2 km – Difícil

8 – Praia dos Ingleses (praia, final da R. Dante de Patta) – 4,7 km – Fácil

9 – Praia do Santinho (Posto Guarda-Vidas) – 8,4 km – Muito difícil

10 – Praia do Moçambique – 5,7 km – Muito difícil

11 – Barra da Lagoa (cidade da Barra) – 8,1 km – Muito difícil

12 – Praia da Joaquina (Posto Guarda-Vidas) – 4,9 km – Muito difícil

13 – Praia do Campeche – 7,7 km – Muito difícil

14 – Praia da Armação (perto da Lagoa do Peri) – 9,3 km – Difícil

15 – Praia dos Açores (Morro do Sertão) – 16,7 km – O mais difícil

16 – Tapera (Fazenda da Ressacada) – 15,2 km – Difícil

17 – Via Expressa Sul (Saco dos Limões) – 6,2 km – Fácil

Chegada – Avenida Beira-Mar Norte – Trapiche

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