As imagens feitas por um equipamento que escaneia o fundo do mar e reproduz em 3D tudo o que estiver nele amenizaram a angústia pela espera e deram novo ânimo aos bombeiros que trabalham nas buscas pelos cinco pescadores que estão desaparecidos desde a madrugada de quarta-feira no Litoral Norte.
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Dos 17 homens que estavam na traineira Vô João G, de 28 metros de comprimento e quase sete metros de largura, 12 se salvaram num bote salva-vidas.
Enquanto dois grupos de mergulhadores se revezavam no local onde o barco está afundado, entre as ilhas Araras e dos Tamboretes, familiares dos pescadores faziam uma vigília no Corpo de Bombeiros de Balneário Barra do Sul. À medida que a noite chegava, a espera começava a ganhar contornos de desespero.
As imagens mostram dois dos cinco principais compartimentos do barco. Mas nenhum sinal dos pescadores.
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– São pessoas que estão lá. Não podem deixar. Está muito demorado – dizia a dona de casa Maria Aparecida Peixoto, mulher de Rodnei Peixoto.
Ela e o filho cobravam empenho das equipes, especialmente de órgãos federais que têm embarcações e helicópteros.
Eles fazem parte de um grupo de familiares do pescador Rodnei Peixoto e Laureci Batista, que chegaram no começo da tarde a Balneário Barra do Sul para acompanhar de perto as buscas e vão ficar no município até uma resposta definitiva sobre o paradeiro dos parentes.
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Dentro da unidade dos bombeiros, Fábio Laureano Ferreira também buscava informações sobre o parente Laureci Batista. De um lado para o outro, tentava filtrar e interpretar as informações que eram transmitidas a cada momento e mudavam tão rápido quanto o sentido do vento que dificultava as buscas.
Pelo menos duas equipes da Prefeitura de Balneário Barra do Sul, das secretarias de Pesca e Assistência Social, montaram um quartel-general para auxiliar nas buscas e ajudar as famílias.
Incansável, o chefe do departamento de pesca, Sérgio Dias, levava equipes a alto-mar e voltava com novas informações a cada momento. Ele foi a última pessoa a passar pela área onde o barco está afundado, quando as equipes de mergulho já haviam suspendido os trabalhos. Tocando na corda que sinaliza o local onde o barco está, a mais de 20 metros de profundidade, também esperava por respostas.
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No fim da tarde, um a um os barcos e as equipes foram deixando a área com um sentimento que misturava mistério e esperança.