Equilíbrio de forças aponta segundo turno nas eleições de Blumenau

A partir de 2008 Blumenau passou a ter a oportunidade de decidir uma eleição em dois turnos. Naquele ano, não foi necessário e o prefeito João Paulo Kleinübing (ex-DEM, hoje PSD) se reelegeu em primeiro turno. Nesta eleição, parece difícil que os blumenauenses deixem de votar no segundo turno, já que o quadro pré-eleitoral aponta para uma disputa equilibrada entre três forças.

O PSD quer fazer o sucessor de João Paulo Kleinübing, principalmente pelo fato de hoje Blumenau ser a maior prefeitura administrada pela sigla. A aposta é o deputado estadual Jean Kulmann, vereador mais votado em 2004 e reeleito para Assembleia Legislativa como o 4º parlamentar mais votado. Além do apoio do governador, o partido busca construir uma ampla frente de apoio. O aliado mais cobiçado é o PMDB, que hoje já ocupa o posto de vice-prefeito do Município.

As conversas entre os dois partidos estão avançadas e ganharam fôlego ainda no passado, quando o PSD abriu espaço para o PMDB indicar o secretário da SDR de Blumenau. No PMDB um nome que circula no meio político é o do presidente do BRDE, Renato Vianna, uma das principais lideranças do partido no município. Mas se uma candidatura é considerada improvável, o ex-prefeito deve ser o grande articulador da sigla em Blumenau, juntamente com o secretário regional Lúcio César Botelho, genro de Vianna.

O PT deve se apresentar como a principal candidatura da oposição. A cidade é considerada estratégica pelo partido, que hoje lidera as pesquisas. O problema do PT é que hoje a sigla se vê em meio a uma disputa interna, com três pré-candidatos: a deputada estadual Ana Paula Lima, o deputado federal Décio Lima e o vereador Vanderlei de Oliveira. Neste domingo, o diretório municipal realiza uma reunião para discutir o assunto. Será aberto prazo para que os interessados se apresentem e discutido o método de escolha do pré-candidato.

A tendência é que a questão seja resolvida em prévia marcada para o dia 4 de março, mas uma corrente defende que antes haja um consenso. Mesmo com a indefinição, o PT vem negociando com outros partidos e as conversas estão mais adiantadas com o PDT, PV e PP. Os petistas também mantiveram contatos com o PMDB, mas um acerto neste sentido é considerado mais difícil, já que os peemedebistas estão bem próximos do PSD. O PT ainda aposta no apoio do governo federal. especialmente no que diz respeito aos recursos da União para a reconstrução da cidade, atingida por mais uma enchente no ano passado.

O vereador Napoleão Bernardes (PSDB) se firma como a terceira via. Com um discurso de renovação. o tucano surpreendeu na eleição passada quando fez 55,8 mil votos na disputa para deputado federal. O PSDB vem trabalhando na construção de uma nominada para a Câmara de Vereadores e intensifica as conversas com outros partido. O diálogo mais próximo é com o PP, que estaria praticamente fechado com Bernardes. Outro apoio pode vir do DEM, com quem os tucanos mantém conversas frequentes.

Apesar de sinalizar hoje estar mais próximo de uma composição com Napoleão Bernardes, o PP não descarta totalmente a candidatura própria. Neste contexto, a candidatura poderia ser capitaneada por João Pizzolatti Neto, filho do deputado federal João Pizzolatti. Já o DEM tem como pré-candidato o presidente da Câmara Municipal, Jovino Cardoso, que vem trabalhando na reconstrução do partido na cidade.

Mirando a vitória

O discurso do PT é no sentido de lançar uma candidatura viável e com reais chances de vitória. A meta está em sintonia com a orientação nacional do partido, que nas eleições deve priorizar a reeleição dos seus prefeitos e retomar as prefeituras já administradas pela sigla. O PT já esteve à frente da administração municipal com Décio Lima, um dos pré- candidatos, junto com a mulher Ana Paula Lima. Os dois seriam os nomes preferenciais da cúpula, mas o vereador Vanderlei de Oliviera não se mostra disposto a abrir mão da pré- candidatura.

Cidade prioritária do PC do B

O PC do B também tem projeto para Blumenau, considerada cidade prioritária par ao partido no Estado. Um nome de consenso seria o do ex- petista Arnaldo Zimmermann, que poderia encabeçar chapa pura ou em uma coligação. Desde o final do ano passado, o partido vem trabalhando na elaboração de um plano de governo e já contaria com uma pré- nominata com mais de 40 nomes de pré- candidatos a vereador.

O que conta é a experiência

Ivan Naatz pode ser a aposta do PDT para a disputa pela prefeitura.

Mesmo recém chegado ao partido, ele se filiou no ano passado após deixar o PV, Naatz é o mais cotado, sendo que o nome de Benjamim Coelho também circula como possível candidato. A favor de Naatz conta a experiência, pois já disputou a prefeitura em duas oportunidades, quando ainda filiado ao PV. A sigla mantém conversar com outros partidos e já vem contratando agências para começar o marketing pré- eleitoral.

A série de reportagens

No ano em que os eleitores voltarão às urnas para decidir os futuros prefeitos, os partidos começam a se articular para lançar candidatos que caiam no gosto das comunidades e agradem as alianças formadas para alavancar as candidaturas.

O Diário Catarinense lança uma série, de domingo a quarta-feira, sobre os atuais cenários políticos nos 20 maiores colégios eleitorais do Estado.

A ideia é dar um panorama dos possíveis arranjos que influenciarão as campanhas em 2012.