O opositor Guillermo Lasso recusou nesta quarta-feira (19) o resultado de 11,2% da recontagem de votos relacionadas às eleições do dia 2 de abril no Equador, e comentou que “jamais reconhecerá” a vitória do adversário, o governista Lenín Moreno.

Continua depois da publicidade

“Nunca reconheceremos a vitória de um candidato confirmado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Esse será um presidente sem mandato autêntico”, declarou Lasso em coletiva de imprensa.

Lasso, que acusa o CNE de ser controlado pelo governo do presidente Rafael Correa, interpretou como “um show de insultos à inteligência” a recontagem de 1,2 milhão de votos feita na terça-feira (18), em Quito.

“Ofereceram-nos uma recontagem parcial que não é suficiente para esclarecer o ocorrido durante esse blecaute eleitoral, o qual nós, cidadãos equatorianos, nos sentimos desamparados”, opinou Lasso.

Após a revisão de 3.865 atas de apuração, que representam cerca de 1.275.450 votos, o CNE confirmou a vitória do candidato socialista Moreno com 51,16%. Lasso obteve 48,84%.

Continua depois da publicidade

“Vamos seguir na luta porque é para isso que estamos aqui”, disse Lasso, sem entrar em detalhes se tomará novas medidas perante o Tribunal Contencioso Eleitoral (TCE) – autoridade máxima para a resolução de questões eleitorais – para contestar os resultados.

O opositor apresentou no final de semana dois pedidos ao Tribunal: a recontagem dos votos e a invalidação da recontagem parcial. O TCE desconsiderou a solicitação por julgar como “incoerente” tramitar ambos os pedidos de forma unificada.

“Os cidadãos pediram justiça e essa lhes foi negada de forma descarada. Os juízes eleitorais nem sequer leram nossa solicitação”, queixou-se Lasso.

O ex-banqueiro negou-se a reconhecer os resultados oficiais desde o primeiro momento, alegando irregularidades na contagem e no sistema informático do CNE. Suas denúncias resultaram em protestos diários de milhares de pessoas em algumas cidades do Equador, que não tiveram feridos ou detidos.

Continua depois da publicidade

Moreno, que já foi vice-presidente de Correa, começará a governar no próximo 24 de maio.

pld/ja/bn/mvv