O Equador concedeu asilo diplomático a Julian Assange, refugiado na embaixada do país em Londres, por considerar que existem riscos para sua integridade e sua vida em consequência das revelações feitas no site Wikileaks, anunciou o chanceler Ricardo Patiño nesta quinta-feira.

Continua depois da publicidade

– O Equador decidiu conceder asilo diplomático a Julian Assange – afirmou Patiño ao ler uma declaração na sede do ministério das Relações Exteriores em Quito.

A Grã-Bretanha comunicou ao Equador nesta quinta-feira que qualquer pedido de salvo-conduto para Julian Assange, refugiado na embaixada de Quito em Londres, será negado, mesmo que o país sul-americano concedesse asilo político ao fundador do Wikileaks, segundo uma nota divulgada nesta quinta-feira.

“Devemos ser totalmente claros que isto significa que, caso recebamos um pedido de salvo-conduto para Assange, depois que tenha obtido o asilo, será negado”, afirma a nota entregue pelo encarregado de negócios britânico às autoridades equatorianas.

O fundador do site WikiLeaks entrou na embaixada do Equador em Londres no dia 19 de junho, depois de esgotar todas as opções legais contra um pedido de extradição à Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.

Continua depois da publicidade

O australiano de 41 anos provocou a revolta do governo dos Estados Unidos depois que seu portal publicou milhares de documentos confidenciais, o que deixou em situação incômoda o serviço diplomático americano e de outros países em 2010.

Reino Unido rebate

Assange teme que uma eventual deportação para a Suécia abra as portas para uma nova deportação, desta vez para os Estados Unidos, onde seria processado pela divulgação dos documentos secretos.

A decisão do Equador “não muda nada”, destacou o Foreign Office (chancelaria britânica), que voltou a destacar que as autoridades britânicas têm obrigação de extraditá-lo para a Suécia. “Estamos decepcionados com a decisão de Quito”, afirma um comunicado do Foreign Office.

“Mas, de acordo com nossa legislação, já que Assange esgotou todas as possibilidades de recurso, as autoridades britânicas estão obrigadas a extraditá-lo para a Suécia. A decisão do governo equatoriano não muda nada”, completa.

Continua depois da publicidade