A epidemia de diarreia em Florianópolis pode terminar na próxima semana se a tendência de queda de casos continuar pelos próximos dias, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A Capital enfrenta um cenário de problema de saúde pública desde 6 de janeiro, quando anunciou a mudança no status epidemiológico por conta da alta transmissão do norovírus. Nesta segunda-feira (27), a Capital ainda registra números acima do esperado para esta época do ano, mas a expectativa é de continuidade na redução de pessoas doentes.
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De acordo com a gerente de Vigilância Epidemiológica da Capital, Ana Cristina Vidor, a quantidade de novos casos de diarreia caiu pela metade nas últimas semanas. No entanto, para deixar o cenário de epidemia, Florianópolis precisa atingir números menores que o limite aceitável para transmissão da doença em um período específico. A contagem é feita por semana epidemiológica com base em uma série histórica.
Florianópolis encerrou a semana 8, no domingo (26), com 542 casos atendidos — metade do resgistrado no intervalo anterior. O número de alerta em uma situação normal para este período era de 312. Se mantiver a redução de novos pacientes no mesmo ritmo até o próximo domingo (5), a Capital pode ter 271 casos e estar abaixo do “número alerta”.
— Se mantivermos a tendência nesta semana, saímos da epidemia ao final dela. Nós estamos na semana epidemiológica 9, no cenário normal esperaríamos 282 novos atendimentos até o próximo domingo. Este é o nosso limite para deixarmos a epidemia — afirma Vidor.
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O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime, explica que esses números que determinam o cenário considerado “aceitável” dependem da avaliação epidemiológica local e variam entre as cidades por conta do tamanho e características da população. Por isso, sair da epidemia não depende apenas da queda de casos, que já é registrada há um mês na Capital.
Epidemia causada por norovírus
A epidemia na Capital já deixou mais de 7,9 mil pessoas doentes desde o início da alta de casos. O agente causador foi identificado como norovírus, encontrado em mais da 60% das amostras coletadas para exames.
Segundo Naime, esse vírus tem duas formas principais de transmissão: por meio de água ou alimentos contaminados pela água, e de pessoa para pessoa por meio da saliva, espirro, contato direto ou secreções. De acordo com Vidor, ele é um agente causador ligado a aglomerações, e a Capital teve muitas durante o período de alta transmissão de diarreia — que ocorreu após o feriado de Ano-Novo.
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— No começo de janeiro, a gente tem uma população muito maior em Florianópolis. Se eu tenho mais pessoas, eu tenho mais pessoas expostas. Então, a probabilidade de ter mais pessoas doentes é maior —diz a gerente.
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Além disso, ela ainda cita o calor excessivo e a dificuldade de armazenamento dos alimentos como fatores que podem ter contribuído para o pico de casos e a gravidade da epidemia em Florianópolis.
A queda do número de atendimentos de diarreia tem ligação direta com a mudança desse cenário nas últimas semanas, ainda de acorda com Vidor. Ela aponta a diminuição das aglomerações e da circulação de muitas pessoas por muitos locais como fatos importantes para a redução dos números da epidemia.
Porém, os especialistas alertam que é necessário manter cuidados de higiene para evitar a contaminação mesmo com a melhora do cenário epidemiológico e até o fim da epidemia.
Veja dicas de prevenção contra diarreia no Litoral
- Lavar as mãos com água e sabão ou solução antisséptica
- Beber água tratada acondicionada em embalagens lacradas ou de fonte segura
- Evitar adicionar gelo de procedência desconhecida às bebidas
- Avaliar se os alimentos foram bem cozidos, fritos ou assados
- Evitar frutas e verduras descascadas ou com a casca danificada
- Evitar o consumo de alimentos vendidos por ambulantes não credenciados
- Alimentos embalados devem conter no rótulo a identificação do produtor e data de validade, e a embalagem deve estar íntegra
- Não se banhar ou frequentar a areia em praias consideradas impróprias para o banho
- Não se banhar ou frequentar a areia em regiões próximas a saídas de rios ou córregos
- Não consumir água do mar, com redobrada atenção com as crianças e idosos, que são mais sensíveis e menos imunes do que os adultos
- Usar equipamentos de proteção individual (EPI) ao manipular resíduos sólidos e higienizar banheiros públicos
- Seguir as boas práticas de manipulação de alimentos
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