Florianópolis ultrapassou a marca de mil casos de diarreia nesta terça-feira (10) e já contabiliza 1.566 pessoas doentes, segundo o painel da Vigilância Epidemiológica da capital. A epidemia de doenças diarreicas agudas (DDA) registra um crescimento de 166% em quatro dias, desde que foi confirmada pela prefeitura na sexta-feira (6). Os sintomas da doença ainda incluem dores abdominais e náusea.
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A maioria dos casos segue concentrada no Norte da Ilha de Santa Catarina. Do total, 914 atendimentos foram realizados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, no bairro Vargem Grande. A quantidade corresponde a 58% da demanda de auxílio médico. A unidade é o principal local de atendimento para toda a região.
Além da população residente, o Norte concentra muitos turistas que frequentam os balneários mais famosos da capital, como Jurerê e Canasvieiras na alta temporada. Entre as pessoas que buscaram atenção médica com sintomas de diarreia, na unidade Norte, estão 265 pacientes que não são residentes da Capital.
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Na UPA Sul, localizada no bairro Rio Tavares, 337 casos foram contabilizados desde o início do ano. Desses, 49 são de pessoas que não moram em Florianópolis.
Já na parte continental da cidade, a UPA Continente soma 270 atendimentos, sendo 115 para visitantes ou pessoa que não habitam na capital.
O centro de Saúde também começou a receber demandas relacionadas à epidemia. No bairro Ingleses, a unidade teve 32 casos até o momento. O centro da Costeira do Pirajubaé registrou nove pacientes. Já as equipes de saúde do Estreito e Itacorubi atenderam dois casos em cada local. As outras unidades de atendimento primário ainda não registraram pacientes com os sintomas, segundo a sala de situação da Vigilância Epidemiológica da capital.
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A Secretaria Municipal de Saúde disse, nos últimos dias, que a maioria dos pacientes apresenta sintomas leves, mas ainda não confirmou qual a causa da epidemia. A prefeitura está pesquisando algumas hipóteses, entre elas estão alimentação, sol e calor em excesso e água contaminada.
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Estado monitora situação
A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que está acompanhando a situação epidemiológica junto aos municípios por conta do aumento de casos de diarreia. Amostras obtidas pelas unidades municipais serão processadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen) para que seja possível identificar o agente causador do surto de casos e entender o perfil epidemiológico da doença no Estado, de acordo com uma nota publicada nesta terça-feira (10).
Conforme a reunião realizada entre o governo estadual e municípios na sexta-feira (6), foi estabelecido que a coleta será realizada com três a cinco amostras por semana em cada município. A partir disso, será possível direcionar as recomendações de prevenção.
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Segundo a nota, os casos de doenças diarreicas agudas (doenças infecciosas gastrointestinais) são mais frequentes nesta época do ano, por conta de altas temperaturas e o aumento no fluxo de pessoas.
Quais os sintomas da doença
As doenças diarreicas agudas são caracterizadas por episódios de diarreia e podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. De forma geral, os casos são leves, e os sintomas podem durar até 14 dias.
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O Estado alerta que crianças e idosos podem sofrer com grave desidratação. Por isso, os sintomas devem ser monitorados e, caso não ocorra melhora do paciente ou se ele apresente complicações no quadro, o atendimento médico deve ser procurado imediatamente.
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Como se proteger das doenças diarreicas agudas
- Lavar as mãos com frequência ou usar álcool em gel, especialmente antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular e preparar alimentos, amamentar e tocar em animais
- Beber bastante água desde que seja filtrada, tratada ou fervida. Não consumir água sem saber a procedência
- Não utilizar gelo de procedência desconhecida
- Não consumir alimentos fora do prazo de validade, mesmo com boa aparência
- Alimentos deteriorados, com aroma, cor ou sabor alterados, não devem ser consumidos
- Não consumir alimentos em conserva se as embalagens estiverem estufadas ou amassadas
- Evitar o consumo de alimentos crus ou malcozidos, principalmente carnes, pescados e mariscos, ou de procedência desconhecida
- Embalar adequadamente os alimentos antes de colocá-los na geladeira
- Não tomar banho em águas de praias impróprias/poluídas
- Higienizar frutas, legumes e verduras com solução de hipoclorito a 2,5% (diluir uma colher de sopa de água sanitária para um litro de água por 15 minutos, lavando em água corrente em seguida para retirar resíduos)
- Lavar e desinfetar superfícies e utensílios usados na preparação de alimentos
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