Os últimos dias têm sido caóticos na saúde de Joinville. Lotações nas unidades de pronto atendimento, filas de pacientes e, em alguns momentos, até brigas fazem parte da rotina médica da cidade nas últimas semanas. Por isso, muitos profissionais da área têm pedido exoneração, informou a secretária de Saúde de Joinville, Tânia Eberhardt, na última quarta-feira (10) em reunião da comissão da Saúde, na Câmara de Vereadores.
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— Nós temos tido nesses últimos dias muitos pedidos de exoneração de médicos, não tanto na atenção primária, mas muito principalmente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Os médicos têm pedido demissão por conta do cansaço físico. Por conta da agressividade [dos pacientes] eles têm saído, muitos médicos — declarou a secretária.
VÍDEO: Secretária de Saúde de Joinville compara filas em hospitais com ida à praia
Pronto atendimentos lotados no 1º dia de abril
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Sobre as agressões, Tânia se refere a impaciência de alguns moradores que buscam atendimento na rede de saúde. No Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, por exemplo, a Polícia Militar chegou a ser acionada após os profissionais serem ameaçados com uma cadeira.
— Hoje observamos a equipe cansada da alta demanda, mas tem uma sociedade com febre, dor, sofrendo e impacientes, o que piora o ambiente de trabalho — diz o médico e vereador Cassiano Ucker (PL) sobre os pedidos de exoneração. Ele também atua como plantonista na UPA Leste.
21 médicos exonerados
Conforme a prefeitura de Joinville, de janeiro até o dia 11 de abril, 21 médicos pediram exoneração em toda a rede. Além disso, em nota, o governo municipal destaca que não é possível afirmar que todas as saídas foram por conta da situação de elevação no movimento, já que há profissionais que saem para fazer residência ou mudar de cidade, por exemplo.
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— A gente perdia e recuperava [funcionários], mas agora os profissionais estão saindo pelo desgaste, não é só pela oportunidade, é porque está ruim de trabalhar [….] Excesso de desgaste é também de equipes de técnicos de enfermagem e enfermeiros, desde janeiro. Isso causa uma sobrecarga e culminou com o desligamento dos profissionais da área da saúde, o que piora a nossa situação — aponta o médico e vereador.
Além da saída de funcionários da saúde da rede pública, outro fator que prejudica o atendimento é o cansaço e adoecimento das equipes.
— Precisa repor as equipes, a gente está falando de médicos, mas na enfermagem também há faltas de profissionais [atestado], o que sobrecarrega e os outros ficam doentes — opina.
Sobre as contratações, a prefeitura afirmou por meio de nota que “tem feito a contratação temporária de profissionais para suprir essa demanda, já que todos os aprovados no último concurso da foram chamados. Além disso, essa semana encerrou o período de inscrições de um novo concurso para contratação de efetivos e também abrimos um seletivo simplificado para contratação de temporários.”
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