Uma menina que quietinha até parece a nora que toda mãe quer. Um barbudo que fala o que pensa e com muito palavrão. Um cara de quase meiaidade que conquistou público em stand-up, na tevê e na internet. Os três mosqueteiros modernos são Pathy Reis, Cauê Moura e Fábio Rabin. O trio que você conhece dos vídeos no YouTube agora vai estar junto no programa Wébico, que estreia segunda-feira no Multishow, às 21h.

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A ideia é que os humoristas comentem vídeos engraçados e clássicos da internet. A cada episódio um convidado – como Rodrigo Fernandes (do blog Jacaré Banguela), Rodrigo Piologo (do site Mundo Canibal) e Ricck Lopes (Gina Indelicada) – vai participar da atração. A plateia, longe de apática e distante, é convidada a fazer perguntas e participar ativamente do programa.

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Os três mosqueteiros modernos são Pathy Reis, Cauê Moura e Fábio Rabin

Foto: MultiShow

Cauê Moura

Cauê Moura ficou conhecido por seu humor ácido no Giro (antes conhecido como Giro de Quinta), em que fala sobre as melhores piores notícias da semana. Em seu canal no YouTube, o Desce a Letra, ele expõe sua opinião sobre temas polêmicos com bastante palavrão e humor politicamente incorreto. Do FlashMobs (seu primeiro vídeo) aos versos do Rap dos Memes (o mais visto, com mais de 7 milhões de visualizações), Cauê segue a receita de figuras como PC Siqueira e Felipe Neto: uma câmera ligada e suas opiniões sobre o mundo.

Como sua experiência como vlogueiro vai ajudar na apresentação de um programa?

O entrosamento com a câmera e o relacionamento com o público.

O que você vai fazer no programa? O que a galera pode esperar?

Junto com a Pathy e o Fábio, vamos interagir com os convidados e comentar vídeos interessantes.

Como vão ser selecionados os vídeos que vocês vão comentar?

Nesta primeira temporada os vídeos foram selecionados pela equipe de produção. A ideia é que os apresentadores sugiram os próximos.

Você ainda odeia televisão?

Eu nunca odiei a televisão. Só acho a programação de TV aberta muito ruim. Fico feliz em poder contribuir com um programa que fala de internet.

Fábio Rabin

O mais velho dos três, Fábio Rabin também é o mais experiente. Formado em Artes Cênicas em 2006, já fez show de stand-up comedy ao lado de Dani Calabresa e Marcio Ribeiro, quadros para o Pânico e integrou o elenco de comediantes de MTV – em programas como Furfles, Furo e Comédia. Agora, o desafio é unir dois universos: TV e internet.

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Como foi escolhido o nome do programa?

A gente não teve nenhuma influência na escolha do nome, foi escolhido pelo próprio canal Multishow. Influenciamos no formato, na ideia do programa. O piloto foi feito há um ou dois anos, com Diogo Portugal no elenco de apresentadores, e a gente debatendo os assuntos da semana.

Você já conhecia o Cauê e a Pathy?

Engraçado, porque eu e a Pathy éramos agenciados pela mesma pessoa. Já a conhecia de eventos e trocado figurinha. Depois da treta do Cauê com o Latino, comecei a acompanhar o canal e o trabalho dele. Nós três temos um entrosamento implícito. E existe uma liberdade de trabalharmos um com o outro. Eu consigo pegar pesado com a Pathy porque sei que ela não vai ficar chateada. Ela é fanfarrona e um pouco comediante. Já o Cauê é um brutamonte insensível. Eu me sinto bem com eles, sinto que é uma amizade verdadeira que vou levar para a vida.

O que podemos esperar dos três juntos?

O Wébico tem 20 episódios gravados e vai passar durante um mês inteiro. É um programa superdemocrático, porque entrevista pessoas que você conhece, mas que não costumam muito aparecer na tevê. A plateia faz perguntas, interage, é o nosso termômetro, principalmente para mim que venho do standup. Se eu falar uma coisa, e a plateia não der risada, imagino que em casa também não vão rir.

O que mais você trouxe do stand-up para o programa?

O stand-up me ajudou a sentir à vontade gravando. Por eu ter feito teatro, costumo dar uma sacaneada no Cauê e na Pathy. Ele é vloger, ela é uma menina que está na internet, eu sou ator. (risos) Eu me aproveito disso para, nos momentos em que eles estão num assunto e eu não entendo, poder perguntar. Apesar de estar na internet, existe um vocabulário específico de kbytes e memes que não entendedo. E aí me coloco no lugar de quem também não conhece esse universo. Eu tenho bagagem para poder ser sincero e ser a voz do espectador.

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Pathy Reis

A fofa da Pathy nasceu em Itajaí e começou a fazer vídeos para internet em 2010. Os meninos do Galo Frito a chamaram para uma interpretação do Justin Biba e ela topou – foi aí que começou toda sua história com a internet. Pathy, que chegou a estudar Publicidade e Propaganda, hoje em dia não se vê trabalhando em outra coisa que não seja o que já faz: internet e humor.

Como que você começou?

Bom, meu nome é Patrícia, sou natural de Itajaí e minha história com internet começou quando eu tinha 19 anos. Comecei a fazer vídeo realmente em 2010, quando fiz a minha primeira interpretação no Galo Frito fazendo o Justin Biba. Antes disso eu conhecia o Mederi e o Cadore e já tinha participado de alguns vídeos, mas nada muito grande. O Mederi tinha voltado de uma viagem, feito a letra do Justin e queria alguém pra interpretar. A gente começou a brincar falando que eu parecia com ele de peruca e tal. Eu aceitei e foi assim que começou a minha história tanto com internet quanto com o Mederi e o Cadore. O vlog do Pathy que te Pariu surgiu depois, bem na época que os vloggers estavam aparecendo. Se tem uma coisa que eu nunca pensei que fosse fazer era humor. Mas ainda bem que deu certo!

Como é ser mulher comediante em um espaço que privilegia tanto os homens?

Eu nunca sofri nenhum tipo de preconceito nesse meio, os homens são sempre muito receptivos até porque mulheres são raras (risos). Realmente a gente vê bem mais homens fazendo stand-up, vloggers e vídeos pra internet, mas hoje também estamos conquistando esse espaço. Aos poucos temos aparecido e mostrado que também temos potência e conteúdo pra mostrar.

Seus espectadores já se acostumaram com uma menina falando palavrão e sobre temas tabus, certo?

Como sempre fui desse “jeitinho”, nunca sofri preconceito. Meu público sempre falou besteiras, coisas pornográficas, mas nada que fosse ofensivo. Eles gostam justamente porque sou assim.

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Como você descobriu que queria trabalhar fazendo os outros rir?

Nunca tinha pensado em fazer humor, na verdade nunca tinha pensado em trabalhar com internet. Eu fazia publicidade e propaganda na Univali e achava que essa seria minha profissão… Sorte minha que não foi (risos). Trabalhar com internet é muito bom e hoje não me imagino fazendo outra coisa. E o humor é algo que adoro fazer, às vezes não me acho engraçada mas sempre tento melhorar.

A clássica: dicas para quem quer começar. O que precisa?

O principal é saber o que você quer fazer e por que as pessoas se interessariam pelo que você tem a falar. Hoje na internet a gente vê muito do mesmo, e o importante é ser diferente. Ter um roteiro é fundamental, porque muitas vezes você grava no impulso, fala muita coisa sem sentido e, no fim, não aproveita quase nada. Além disso, o roteiro dá a segurança de não fugir do tema. Não tive nenhuma inspiração que eu possa citar nome, pego referências de todos os lugares.