Em uma semana, o número de atendimentos no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, dobrou. O ritmo de crescimento tem preocupado as autoridades de saúde. Os casos graves também aumentaram: foram 16 atendimentos em 10 dias em um cenário em que a média mensal é de 30. Se mantendo assim, o número seria ultrapassado até o meio da semana que vem. O Estado vive uma crise na saúde com falta de leitos e mortes de crianças na fila de espera.
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A unidade é um dos epicentros da crise na saúde enfrentada pelo Estado. Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV, o secretário de Estado da Saúde Aldo Baptista Neto admitiu que o cenário é preocupante, mas garantiu que ações de reforço estão sendo adotadas nos próximos dias.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) vai colocar contêineres com consultórios e tendas no estacionamento da unidade. Ali será prestado atendimento para pacientes com quadros mais leves, segundo Aldo. A estrutura deve começar a ser montada nesta quinta-feira (14).
— Houve a necessidade da estratégia posta, planejamentos emergenciais são dinâmicos dessa maneira. Conforme algum hospital vai sendo tensionado a gente vai adaptando para poder passar por essa situação — disse o secretário.
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Falta de insumos e mortes
Enquanto lida com a alta procura, o Hospital Infantil está sem itens básicos em estoque. Um documento obtido com exclusividade pelo colunista do NSC Total Raphael Faraco mostra que faltam agulhas e fios cirúrgicos.
A crise chega também na demora por atendimento. Duas crianças morreram na unidade enquanto esperavam por um leito de UTI. O caso mais recente ocorreu na segunda-feira (11).
Uma criança de dois anos apresentava problemas respiratórios e teve uma parada cardíaca. A princípio, a causa da morte foi pneumonia, mas a equipe investiga se ela tinha alguma outra doença associada.
Em nota, a SES disse que o paciente já estava em “estado demasiadamente agravado” quando chegou ao Joana de Gusmão. Uma investigação apura a conduta do atendimento da criança na unidade.
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