O lançamento de três novas variedades de arroz irrigado na manhã de quinta-feira, na Estação Experimental da Epagri de Itajaí, marca mais uma etapa da evolução agrícola catarinense. Com o acréscimo dos tipos de grão Marques, Rubi e Ônix, chega a 20 o número de variações lançadas pela empresa de pesquisa e extensão rural desde 1976.

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Voltadas para o mercado consumidor tradicional e também para nichos segmentados, como a alta gastronomia, as inovações foram desenvolvidas ao longo de mais de 12 anos. Após um trabalho cuidadoso e exaustivamente testado, os rizicultores de toda Santa Catarina contam a partir de agora com produtos geneticamente melhorados – que devem contribuir para que o Estado se mantenha como o segundo maior produtor de arroz do Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul.

As ações de pesquisa na Epagri são constantes, com o objetivo de que a lavoura dos agricultores fique cada vez menos exposta a riscos do clima e de ataques de pragas. Cerca de 20 hectares do terreno da empresa, localizado às margens da Rodovia Antônio Heil, são destinados apenas para o plantio do arroz. E além da parte técnica também se busca a informação para o agricultor, para que ele faça o melhor uso possível do novo grão.

Semelhante ao arroz comum encontrado no mercado, o tipo Marques é focado na maioria das plantações existentes em Santa Catarina, as quais 90% já têm variedades desenvolvidas na Epagri em Itajaí.

– Aparenta ser igual a qualquer outro arroz, mas ele é geneticamente diferente. Isso impacta no comportamento do grão no campo, e é uma alternativa para melhorar a colheita – explica o engenheiro agrônomo José Alberto Noldin.

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Os tipos especiais, preto e vermelho, têm outro enfoque. A principal diferença está nos nutrientes, indicados para consumo integral e com componentes antioxidantes. No mercado encontra espaço em alguns nichos, mais segmentados e principalmente com maior poder aquisitivo.

Além disso, a alta gastronomia é um dos segmentos que se destinam a produção destes grãos. Com os cultivares liberados pela Epagri, a ideia agora é divulgar as inovações e fixar a participação na economia do setor.

Criação

Todas as variedades lançadas pela Epagri são criadas de duas maneiras possíveis. A mais utilizada delas, presente em 18 dos 20 tipos já produzidos pela empresa, é a hibridação.

Neste processo ocorre um cruzamento de formas de arroz, por meio de fecundação, originando uma semente geneticamente evoluída. A outra maneira é a mutação induzida, em que uma amostra de determinada variedade é submetida à indução por mutação, usando um agente físico ou químico (raios x, por exemplo).

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A criação demora entre 12 e 13 anos porque é preciso acompanhar periodicamente o desenvolvimento do arroz, e a demora é grande até que o melhoramento genético se estabilize e se atinja uma variedade bem definida. Todas as ações no campo são adaptadas à realidade e ao ambiente de Santa Catarina, mas também é possível plantar estes tipos de arroz em algumas regiões de São Paulo e do Rio Grande do Sul.

As novas variedades de arroz

Marques

– recomendado para cultivo em todas as regiões produtoras de arroz irrigado de SC

– alto potencial produtivo

– adequado ao mercado consumidor tradicional de arroz

– a cor do grão é branca, quando descascado e polido

– produtividade média de 9 toneladas por hectare

– comprimento do grão polido: 7,09mm

– largura do grão polido: 2,25mm

Especial Rubi

– planta com arquitetura moderna

– grão longo e fino, para consumo apenas integral ou parboilizado integral

– grãos com mais fibras e proteínas quando comparado ao arroz branco

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– grão com alto teor de compostos fenólicos, substâncias que apresentam atividade antioxidante

– produto de alto valor agregado

– adequado para o nicho de mercado do arroz vermelho, sendo considerado alternativa de diversificação culinária

– a cor do grão é vermelha, quando descascado e polido

– produtividade média de 7,9 toneladas por hectare

– comprimento do grão polido: 7,38mm

– largura do grão polido: 2,33mm

– valor energético: 171 kcal (porção de 50g)

Especial Ônix

– planta com arquitetura moderna

– grão longo e fino, para consumo apenas integral ou parboilizado integral

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– aroma e sabor acastanhados

– grão com qualidade nutricional diferenciada (rico em proteínas e fibras) e elevada atividade antioxidante

– produto de alto valor agregado

– considerado uma iguaria gastronômica, com grande potencial de mercado

– adequado para o nicho de mercado do arroz preto, sendo considerado alternativa de diversificação culinária

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– a cor do grão é preta, quando descascado e polido

– produtividade média de 5,5 toneladas por hectare

– comprimento do grão polido: 7,41mm

– largura do grão polido: 1,93mm

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– valor energético: 168 kcal (porção de 50g)