As cidades que receberão as duas semifinais da Copa das Confederações vivem situações diferentes, no que diz respeito a protestos, às vésperas das partidas. Em Belo Horizonte, que sediará Brasil x Uruguai na quarta-feira, o clima é de animosidade entre polícia e manifestantes, de acordo com o repórter Marcos Castiel, que está na capital mineira desde o início da competição:

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– Nas redes sociais, há três correntes principais. Uma delas prevê uma caminhada da Praça Sete até o Mineirão, terminando a manifestação fora do perímetro Fifa. Se fosse assim, a perspectiva seria de paz, que é o que a grande maioria quer. A segunda quer entrar na Avenida Abrahão Caram, que é onde vai para o Mineirão e já é perímetro Fifa. E ali começa a confusão. E ainda há a terceira que, além de chegar no estádio, quer bloquear a saída da Seleção Brasileira e as principais vias da cidade.

Em Fortaleza, a situação não é tão complicada. O último protesto mobilizou apenas 400 manifestantes, que não enfrentaram as barreiras de segurança montadas no entorno do Castelão – eles chegaram a bloquear apenas uma via que dá acesso ao aeroporto, causando alguns transtornos, conforme o editor de Copa do Mundo Rodrigo Müzell.

– A diferença que eu vejo entre Fortaleza e Belo Horizonte é que aqui (em Fortaleza) está sendo encaminhada uma pauta de reivindicações ao prefeito e ao governador. Já houve mais de uma reunião entre o governador Cid Gomes e alguns integrantes das manifestações. Não tem nenhum resultado prático ainda, mas há uma conversa. Não tem uma animosidade tão grande, como vemos em alguns grupos em BH – afirmou.

Castiel acrescenta que em Belo Horizonte, no entanto, não há diálogo entre governo e manifestantes:

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– Em Belo Horizonte não há essa conversa entre o prefeito Márcio Lacerda e os líderes das manifestações. Ele, inclusive, bota lenha na fogueira, dizendo que foi pouca gente presa. Então isso dificulta. O prefeito decretou feriado aqui. Não é mais ponto facultativo, para esvaziar a cidade.

Acompanhando a Seleção Brasileira desde o início do torneio, Diogo Olivier também está em Minas Gerais para o jogo desta quarta. Segundo o colunista, a decisão de decretar feriado pode dificultar a ação da polícia:

– Essa questão do feriado às vezes é tiro no pé. Apesar de desobstruir um pouco as vias da cidade, de certa forma pode até facilitar o número de pessoas no protesto.

Antes do jogo entre Itália e Espanha, na quinta-feira, uma nova tentativa de ir até o Castelão será feita, conforme Müzell.

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– É um quadro parecido com o que houve no jogo entre Brasil e México, aqui em Fortaleza também, quando pessoas tentaram ultrapassar a barreira policial e chegar mais perto do Castelão. Se isso se repetir, temos uma perspectiva de conflito mais séria do que no último domingo – concluiu.

O programa Giro da Copa – uma conversa com os enviados às sedes da Copa das Confederações – foi lançado para debater sobre o clima das cidades que recebem os jogos da competição. Na terceira edição, Diogo Olivier e Marcos Castiel, em Belo Horizonte conversaram com Rodrigo Muzell, em Fortaleza, sobre os protestos das capitais que receberão as semifinais do torneio – Brasil x Uruguai, quarta-feira, no Mineirão, e Espanha x Itália, quinta, no Castelão.

Confira na íntegra: