O enviado para a paz na Síria, Lakhdar Brahimi, afirmou hoje que o governo sírio e a maioria dos chefes rebeldes concordaram com uma trégua durante o feriado muçulmano do Eid, que se inicia na sexta-feira, aumentando as esperanças de um avanço significativo no conflito, embora este ainda seja um “pequeno passo”.
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O governo sírio afirmou que seus líderes militares estão estudando a proposta de uma trégua para um conflito que deixa mais de 100 mortos por dia, ressaltando que a decisão final será anunciada na quinta-feira.
Já o Exército Livre da Síria (FSA), principal grupo rebelde que tenta derrubar o regime do presidente Bashar al-Assad, indicou que acatará um cessar-fogo durante os quatro dias do feriado do Eid se as forças do governo interromperem seus ataques primeiro.
– O governo sírio concordou com um cessar-fogo durante o Eid – afirmou Brahimi à imprensa no Cairo, acrescentando que a maioria dos líderes rebeldes contactados também afirmou que irá respeitar a trégua.
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Depois de reunião com o secretário da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, Brahimi afirmou que um cessar-fogo mais longo, construído a partir de uma primeira tentativa, pode abrir caminho para o início de um processo político de negociação.
Posteriormente, em uma apresentação ao Conselho de Segurança da ONU, o enviado de paz ressaltou que um cessar-fogo no país seria um “pequeno passo” em direção a uma solução, embora não esteja certo de que a ação será bem-sucedida, de acordo com diplomatas presentes na reunião.
Brahimi também apelou por apoio unânime em seus esforços para obter uma trégua, alertando que novas divergências entre os 15 Estados integrantes do Conselho podem piorar o conflito, que já dura 19 meses.
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O enviado de paz ressaltou ainda que o governo sírio anunciará oficialmente a sua aceitação na quinta-feira.
O Ministério das Relações Exteriores da Síria informou em um comunicado que “o comando do Exército está estudando a suspensão das operações militares durante o feriado do Eid, e a decisão final será tomada amanhã (quinta-feira)”.
Os rebeldes, no entanto, permanecem céticos obre a real intenção das tropas do regime em respeitar uma trégua.
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– O FSA vai parar de disparar se o regime parar – afirmou o chefe do conselho militar do FSA, general Mustafa al-Sheikh, falando à AFP por telefone da Turquia.