No último dia 4 de outubro, Wilfredo Brillinger venceu as eleições no Figueirense. Sua
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primeira medida foi anunciar o técnico Adilson Batista para comandar o time. Houve uma última tentativa de salvar o clube do rebaixamento,infrutífera diante do estrago que
causara a forte instabilidadepolítica que levou Nestor Lodettia renunciar à presidência.
Na nova gestão, Adilson não será demitido, mesmo sob tempestades comuns ao futebol, e ele também não deixará oclube por qualquer proposta. Juntos até o dia 31 de dezembro de 2013 é a promessa. Todo o clube está sendo reestruturado. Confira como nesta entrevista concedida ao DC.
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Diário Catarinense – A confiança é total em Adilson Batista?
Wilfredo Brillinger – Quero deixar bem claro que considero o nosso time de Série A. Apenas estamos na B. E, dentro dessa fi losofi a, buscamos um técnico de elite e uma comissão técnica forte, experiente. Foi uma negociação difícil para trazer o Adilson. Ele também quer começar um projeto dando oportunidade aos jovens. Nossa base é boa, os garotos precisam de oportunidade. Mesmo depois de assinar contrato, ele estava sendo disputado por times como o Cruzeiro, porque é um técnico de ponta.
DC – Há um pacto de estabilidade para o treinador?
Brillinger – Adilson foi contratado até 31 de dezembro de 2013. Nós vamos cumprir isso, independentemente dos resultados de campo. O Adilson falou: “Se é para eu ir e na primeira tempestade vocês me demitirem, eu não vou”. E eu disse: “Eu também quero que você fique comigo até o fi nal do ano.” E ele assumiu o compromisso de não sair.
DC – O Estadual é prioridade?
Brillinger – O Figueirense precisa ganhar o Catarinense, apesar de financeiramente ele ser deficitário para nós. O Figueirense paga para jogar. Em 2012, nós tivemos um prejuízo de R$ 3,3 milhões, porque nós já estávamos contando com um plantel de Série A. Esse ano não será esse valor, mas certamente R$ 1 milhão vamos perder. Mas nos interessa o resultado esportivo e vamos lutar pelo Catarinense, embora saibamos que a estabilidade está no Brasileiro. Sob o ponto de vista financeiro, o nosso acesso à Série A é o mais importante.
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DC – O contrato com a Caixa Econômica Federal e a Tashibra serão renovados?
Brillinger – As negociações já iniciaram para a Caixa ser nosso patrocinador master. O pessoal está nos procurando, e com certeza teremos novos patrocínios em 2013 que, até então, não estavam aqui. Mas vamos perder a Eletrosul.
DC – Como é o relacionamento com o presidente Zunino, do Avaí?
Brillinger – Conversamos direto, trocamos ideias. Meu relacionamento com ele e com todos os presidentes dos clubes é muito bom (Wilfredo é o novo presidente da Associação de Clubes). A rivalidade é para o campo. Fora, é preciso união.
DC – Rebaixamento, ídolos deixando o clube, há um trabalho para recuperar a confiança do torcedor em suas propostas?
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Brillinger – Foi preciso coragem para tomar as medidas iniciais. Aí, realmente entrou em ação o lado empresarial balizando a reestruturação. Não tenho que falar muito, vou trabalhar e buscar resultados. A partir do momento em que o clube não tinha mais chances de ficar na Série A, eu não perdi tempo. Fomos o primeiro dos grandes a definir a comissão técnica. Então, liberei os atletas mais antigos para procurarem um novo clube. Acho que se eu chegasse para eles no dia 31 de dezembro e dissesse “Olha, vocês não fazem parte do projeto”, aí sim seria sacanagem. Eu já mostrei para a torcida que não assumia presidência à toa, eu não estou aqui para brincar.
DC – Como está sendo feito o processo de escolha de atletas?
Brillinger – Estamos trabalhando firme, com os pés no chão, tendo muito cuidado para trazer um atleta. Todo o jogador em quem investimos, antes se busca muitas informações: com quem ele já treinou, quem já o preparou fisicamente, a sua história com o clube, a sua vida extracampo. Estamos tomando esse cuidado. Esses atletas que estamos sondando, essa seleção rigorosa que estamos fazendo, é fruto de muito critério, no sentido de observar todos esses fatores, porque nós não podemos errar nas apostas para a temporada.
DC – Como trabalham para conseguir pagar os direitos de imagem atrasados, que o Fernandes e Wilson disseram que ainda têm para receber? Como fazer isso sem comprometer o orçamento?
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Brillinger – Tudo isso tem um planejamento. O que é desse ano está dentro do orçamento desse ano. Tudo isso está sendo equacionado.
DC – Reestruturação e orçamento não são incompatíveis?
Brillinger – A gente vai honrar com todos os compromissos. O Figueirense sempre pagou, desde que entrei em 2010, a não ser nesses seis meses em que a gente ficou afastado, aí as coisas complicaram. O que aconteceu foi de propósito: os jogadores que estavam suando a camisa para manter o time na Série A eu pagava rigorosamente em dia. Agora, àqueles que estavam encostados, que só queriam fazer festa, eu dizia: “Para esses aí atrasa e não paga”. Prioridades. Eu não posso tratar um atleta que treina de manhã e de tarde, que estava lutando para manter o time na Série A, com a mesma consideração que um cara que está encostado.
DC – E a arena, como fica?
Brillinger – O projeto da arena, desde esse tumulto aqui dentro, parou. Mas no ano que vem vamos retomar, até porque temos vários grupos empresariais que já se manifestaram oficialmente interessados.
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DC – Como serão as parcerias?
Brillinger – O Figueirense será parceiro somente de quem trouxer bons negócios. Eu te diria que, sem exceção, empresários vêm falar conosco porque têm interesse na nossa estrutura. Dos principais clubes do país, todos conversam com o Figueirense. Felizmente, somos uma grande vitrina no mercado.