O ex-governador Raimundo Colombo (PSD) criticou a gestão de Carlos Moisés (sem partido) por não reduzir impostos estaduais na atual crise econômica, em especial em itens como gasolina e energia elétrica, que vêm sofrendo sucessivos aumentos em todo o país e prejudicando o orçamento das famílias.

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Eleições 2022: quem são os pré-candidatos ao governo de SC a um ano da disputa

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A afirmação foi dada nesta terça-feira (26) em entrevista ao Diário Catarinense e à CBN Diário. Ele foi ouvido na rodada de entrevistas dos veículos da NSC com pré-candidatos ao governo de SC nas eleições de 2022.

– O governo vai arrecadar R$ 1 bilhão a mais que o ano passado em gasolina, 600 milhões em energia. O resultado é o seguinte: o governo está com caixa cheio e sociedade, com a geladeira vazia – afirmou.

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Colombo foi prefeito de Lages, deputado, senador e governador por dois mandatos, de 2011 a 2018. Concorreu novamente a uma vaga no Senado em 2018, mas ficou em quarto lugar. Disputa a indicação de candidato ao governo no PSD com o prefeito de Chapecó João Rodrigues e o ex-prefeito de Blumenau Napoleão Bernardes. Ele foi entrevistado pelos apresentadores Mário Motta e Eveline Pôncio e pela coordenadora de produção digital da NSC, Raquel Vieira.

Assista à entrevista

Candidatura em 2022

O ex-governador comentou a disputa interna no PSD pela vaga de candidato a governador em 2022. Admitiu conversas mais próximas com o DEM, do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, e diálogo também com PP e Podemos, mas disse que o cenário ainda está aberto.

– Não há um candidato hoje, não tratamos dessa questão. Da minha parte, (a intenção) é me colocar à disposição, para um debate interno, transmitir minha experiência. Se for minha missão, tudo bem, se tiver alguém mais qualificado ou preparado, ou no momento certo, também não há nenhum obstáculo – afirmou.

“Governo é fraco”

O governador foi mais enfático quando avaliou o governo de Carlos Moisés. Disse que a gestão “não é sensível aos sinais da sociedade” e criticou o fato de o governo não reduzir impostos estaduais sobre itens como gasolina e energia elétrica, que vêm sofrendo constantes aumentos e dificultando os orçamentos das famílias. Citou exemplos de desonerações que fez na sua gestão diante de dificuldades de setores como o têxtil.

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– O que faz um governador? Se ele não consegue enxergar a perda de poder aquisitivo, a dificuldade das pessoas, se não consegue agir em favor disso, aí realmente o governo é ruim, é fraco – apontou.

Derrota para a “Onda Bolsonaro”

Colombo disse que na visão dele “ainda não está claro para onde o eleitor vai”. Admitiu um desejo ainda de mudança, mas disse que a população “não vai embarcar de novo em uma aventura”.

Ações como governador

Colombo recorreu às ações que fez como governador para fortalecer sua imagem como possibilidade em 2022. Listou ações como o programa Juro Zero, redução de ICMS e investimentos na segurança pública e na Defesa Civil.

Secretarias regionais

Questionado sobre as secretarias regionais, modificadas no seu governo e extintas no atual, disse que “diminuiu alguma coisa, mas é muita fantasia” porque o Estado ainda tem assessores e coordenadores atuando nas regiões. Defendeu a descentralização do governo para resolver problemas das regiões.

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– O isolamento é fatal para o governo, não pode ocorrer. Compromete capacidade de êxito de governo. Não acho que devam ser criadas secretarias, mas tem que ter uma interação mais forte – sustentou.

Crítica a reeleições

Adotou discurso semelhante ao do colega de partido Napoleão Bernardes (PSD), que prometeu não disputar a reeleição caso concorra e vença a disputa ao Estado em 2022. Disse que isso pode ajudar um futuro governo.

Dinheiro estadual para BR-470

Defendeu a iniciativa de direcionar recursos estaduais para obras federais, como a BR-470, medida feita pelo governador Moisés. No entanto, criticou o fato de o governo não ter vinculado a ação a uma contrapartida do governo federal.

– Na BR-470, o erro foi não fazer a troca. Não faz sentido pegar o dinheiro de SC, que já é prejudicada na devolução federal, e dar para o governo federal. A gente não dá, a gente troca. Ou troca pela dívida, ou manda dinheiro para a saúde – avaliou.

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Nem Lula, nem Bolsonaro

Sobre a questão federal, disse que não votará no PT e defendeu a construção de uma terceira via, que pode ser representada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que se filiou ao DEM.

– Não gosto de radicalismo excessivo. A gente fica jogando energia em coisas que não são essenciais para o povo e a crise vai aumentando – criticou.

A série de entrevistas

As entrevistas com pré-candidatos a governador de Santa Catarina ocorrem nas próximas duas semanas, sempre às 10h, com transmissão da CBN Diário e dos canais digitais da rádio, do DC e do NSC Total. Oficialmente, a definição dos candidatos só ocorre nas convenções partidárias, três meses antes da eleição. No entanto, a série de entrevistas busca permitir que o eleitores comecem a se preparar para a escolha e a se conscientizar sobre a importância do voto.

Outros nomes apontados como pré-candidatos ao governo de SC em 2022 também já foram entrevistados, como Antídio Lunelli (MDB), Décio Lima (PT), Esperidião Amin (PP), Gean Loureiro (DEM), João Rodrigues (PSD), Fabrício Oliveira (Podemos) e Napoleão Bernardes (PSD).

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A NSC também promove uma rodada de entrevistas com pré-candidatos à presidência da República em 2022. Já foram ouvidos nomes como Lula (PT), João Doria e Eduardo Leite (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM).

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