O ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, afirmou que não pretende disputar a reeleição caso concorra, e vença, a disputa para ser governador de Santa Catarina. Segundo ele, isso permitiria que o foco venha a ser a gestão, e não preocupações eleitorais.

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A afirmação ocorreu em entrevista ao Diário Catarinense e à CBN Diário nesta segunda-feira (22). O ex-prefeito foi ouvido na rodada de entrevistas que os veículos da NSC fazem com pré-candidatos ao governo de Santa Catarina nas eleições de 2022.

Eleições 2022: quem são os pré-candidatos ao governo de SC a um ano da disputa

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Napoleão Bernardes é advogado, professor universitário foi vereador e prefeito de Blumenau, entre 2013 e 2018. Concorreu a vice-governador em 2018, ainda pelo PSDB, na chapa com Mauro Mariani. Disputa a condição de candidato ao governo no PSD ao lado de outros dois nomes, o ex-governador Raimundo Colombo e o prefeito de Chapecó, João Rodrigues.

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Assista à entrevista

Recusa à reeleição

O ex-prefeito antecipou uma promessa de que, caso seja o candidato do PSD a governador e vença as eleições, não pretenderá concorrer à reeleição. Disse que buscará fazer “oito anos em quatro”.

– Entendo que o foco e a prioridade totais têm que ser totais em relação à gestão, e não com preocupações eleitorais ou reeleitorais. Essa visão é para dar senso de urgência ao governo – afirmou.

Disputa interna no PSD

Napoleão foi breve ao falar sobre a disputa interna no PSD pela condição de candidato a governador, que trava com o ex-governador Colombo e com o prefeito João Rodrigues. Elogiou os dois nomes, mas destacou também sua trajetória como vereador, prefeito, advogado e professor universitário.

– Essa definição é missão para o partido. O presidente Milton Hobus tem cuidado desse tema. Entre fevereiro e março, o PSD define seu nome – projetou.

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Lula, Bolsonaro ou terceira via

Sobre o candidato que pretende apoiar na campanha para presidente em 2022, Napoleão evitou polêmicas. Disse que “o PSD está discutindo nacionalmente” e que está “menos preocupado com a composição de nomes”. Questionado se o partido irá, de fato, apresentar uma de terceira via, distante de Lula e Jair Bolsonaro, admitiu que o partido “tem trabalhado para apresentar uma alternativa entre extremos”, mas evitou críticas ao governo atual de Bolsonaro ou aos petistas. Defendeu que o governador precisa interagir com quem quer que seja o presidente e “ter a mira em relação aos melhores interesses do Estado”.

Avaliação de Moisés

Ao avaliar a gestão de Carlos Moisés, disse que o atual governador “teve dois anos de isolamento e afastamento das cidades”, mas que após os “cartões amarelos” que recebeu, com os afastamentos em processos de impeachment, buscou “virar a chave” e levar investimentos a municípios.

Secretários de todas as regiões

Ao longo da entrevista, o ex-prefeito fez defesas da boa gestão pública. Prometeu adotar paridade entre homens e mulheres nos conselhos de administração e também em um futuro colegiado de secretários, em que “todas as regiões estarão contempladas”

Unidades móveis para exames

O ex-prefeito deu alguns exemplos pontuais de medidas que pretende implantar caso seja o candidato do PSD e vença as eleições a governador. Um dos casos se refere à realização de exames e consultas em outras cidades. Disse que lhe “dói como catarinense” ver pacientes sendo transportados em vans ou ambulâncias para cidades maiores para fazerem exames. Nessa área, prometeu já no primeiro ano de mandato criar unidades móveis que levem os exames especializados para todas as cidades de SC, chegando onde as pessoas moram.

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– Não posso conviver em paz com essa indignidade de pessoas doentes sacolejando por estradas caóticas, enfrentando além dos seus problemas de saúde, os de infraestrutura ruim, para ter acesso a exames – criticou.

Concessão de rodovias sem pedágio

Já na parte final da entrevista, o pré-candidato prometeu fazer concessão de rodovias estaduais, mas sem cobrança de pedágio. Ele não detalhou de onde seriam destinados os recursos do Estado para custear a medida. Ao longo da conversa, definiu o estado atual das SCs como “caótico”.

– Teremos desde o primeiro dia da transição um trabalho efetivo para viabilizar concessão, qualidade de iniciativa privada nas rodovias catarinenses, mas sem pedágio, com o custo arcado pelo Estado – afirmou.

A série de entrevistas

As entrevistas com pré-candidatos a governador de Santa Catarina ocorrem nas próximas duas semanas, sempre às 10h, com transmissão da CBN Diário e dos canais digitais da rádio, do DC e do NSC Total. Oficialmente, a definição dos candidatos só ocorre nas convenções partidárias, três meses antes da eleição. No entanto, a série de entrevistas busca permitir que o eleitores comecem a se preparar para a escolha e a se conscientizar sobre a importância do voto.

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Outros nomes apontados como pré-candidatos ao governo de SC em 2022 também já foram entrevistados, como Antídio Lunelli (MDB), Décio Lima (PT), Esperidião Amin (PP) e Gean Loureiro (DEM).

A NSC também promove uma rodada de entrevistas com pré-candidatos à presidência da República em 2022. Já foram ouvidos nomes como Lula (PT), João Doria e Eduardo Leite (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM).

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