Toca o telefone e do outro lado da linha se ouve “oi, aqui é o Nando”. O cantor e compositor Nando Reis, que faz show em Florianópolis no sábado, acaba de lançar o álbum Sei, seu primeiro trabalho independente de qualquer gravadora e que está na internet disponível para ser ouvido gratuitamente e comprado pelo preço que os fãs julgarem justo.

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O cantor se apresenta no Arena Music Hall, em Canasvieiras, no Norte da Ilha, a partir da meia-noite. No repertório, canções como Declaração de Amor e Pra Quem não Vem, no melhor estilo Nando-Reis-e-seu-violão, uma pitada de hardcore em Ternura e Afeto e os lindos versos de Lamento Realengo, que se destaca no meio das outras faixas com sua pegada de reggae. A produção do CD é de Jack Andino, que já trabalhou com bandas como Nirvana e Soundgarden.

Como é lançar seu primeiro CD depois de três anos sem gravar canções inéditas?

Nando – Você grava um novo disco quando você tem música ou quando tem vontade de dizer alguma coisa na forma de um disco. Esse processo de composição não é uma coisa que eu simplesmente sento e sai uma música. Nem sempre você quer fazer uma música e alguma coisa acontece (alguma coisa que te agrade). Eu tinha umas 20 músicas compostas, escolhi 15 para esse álbum.

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Como foi gravar Sei nos Estados Unidos com o Jack Andino?

Nando – Já trabalhei com o Jack em quatro discos dos Titãs e em um anterior meu, tenho uma relação muito bacana com ele. É tudo bom em trabalhar com ele, é a forma como ele grava, a pessoa que ele é e o estúdio onde ele trabalha em Seattle. Eu amo aquela cidade, ela é maravilhosa. E eu gosto muito do repertório desse álbum. Uma das que eu mais gosto é a primeira do CD, Pré-Sal, uma canção que sempre me emociona.

Como surgiu a ideia da participação especial da Marisa Monte?

Nando – Uma noite eu estava gravando a última música do CD, que se chama Lamento Realengo, e eu achei que essa música precisava da voz de uma mulher. Liguei para a Marisa e ela pediu para eu mandar a música. Eu mandei, mas o tom não ficou bom para ela. Então ela pediu para eu mandar outras para ela escolher. Aí ela escolheu Para Quem não Vem e fez essa voz incrível como ela sempre faz (aliás, a voz que ela tem é incrível), mas também a forma como ela canta é linda. E foi a primeira vez que fizemos essa parceria. A gente já havia trabalhado como parceiros compondo, feito participações nos shows um do outro mas nunca tínhamos gravado nada.

Além da parceria com a Marisa, na música O Que Eu Só Vejo Em Você, Lulu Santos é citado, assim como o verso “não há tempo que volte, amor”. Houve alguma relação com o Lulu?

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Nando – Sim, foi curioso. Uma das lembranças que eu tenho de Florianópolis é de uns cinco ou seis anos atrás, quando eu abri para o Lulu Santos no Planeta Atlântida. Mas sobre a música, na verdade eu estava tocando e me veio na cabeça esse verso e encaixei na letra. Liguei para o Lulu para ver o que ele achava, ele foi muito gentil e achou lindo e tudo mais. Acho Lulu Santos um gênio.

E como surgiu a ideia de deixar o CD à disposição para ser ouvido online no seu site?

Nando – Resolvi vender o CD pelo site. Deixar as músicas para as pessoas ouvirem e também “precificarem”, colocaram o preço que elas acham que vale. E o preço do disco é estabelecido pela média semanal dos valores estabelecidos pelas pessoas no site. Eu imaginava que as pessoas fossem responder quanto vale um CD, não fazer uma avaliação delas comigo, dizendo o valor do meu trabalho. O preço está mais alto do que eu imaginava. Essa semana a média está em pouco mais de R$ 15. Está sendo muito interessante.

Agende-se

O quê: Show Nando Reis e os Infernais

Quando: sábado, 19 de janeiro, a partir da meia-noite

Quanto: Pista R$ 50 e Mezanino R$80 à venda em Blueticket. Meia-entrada somente para a pista e com venda apenas no quiosque da Blueticket, no Beiramar Shopping, R$ 25

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Onde: Arena Music Hall, Rodovia José Carlos Daux – SC 401, KM 18, Canasvieiras, Florianópolis