Marcos Moura Teixeira é um dos homens de confiança do presidente do Figueirense. Wilfredo Brillinger deu carta branca para seu assessor pessoal organizar o futebol do clube visando ao ano de 2013. O projeto prioriza não depender de empresários e, no futuro, garantir que o Alvinegro possa lucrar com a venda de atletas no fim da temporada ou mesmo conseguir segurar aqueles que forem necessários para os desafios do ano seguinte.

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O currículo de Marcos Moura Teixeira é grande. Mineiro de Belo Horizonte, por muitos

anos foi parte da comissão técnica de Vanderlei Luxemburgo, com quem trabalhou no Real Madrid.

– O Real é uma mistura de time com Hollywood. As proporções lá são diferentes – disse o dirigente.

Formado em Educação Física e com mestrado em Ciência do Esporte, Teixeira escolheu a gestão esportiva para seguir a vida. Já recebeu ofertas para deixar o Scarpelli. Mas se diz fiel ao projeto idealizado por Wilfredo e não cogita abandoná-lo pela metade.

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Nesta entrevista de 49 minutos concedida ao DC, em sua sala no Scarpelli, Marcos Moura Teixeira expôs suas ideias e explicou as decisões da diretoria.

“Sou leal e não abandono um projeto”

DC – Você pode explicar a função de assessor do presidente?

Teixeira – É bem semelhante ao que eu fazia em 2010, como consultor. Assistia a todos os jogos e passava as orientações técnicas e estruturais. Estarei cada vez mais focado em reorganizar o clube e sua área técnica. Eu trouxe uma pessoa com conhecimento de futebol e que conhece a transição da base, o Leandro Niehues.

DC – O Adilson Batista era uma prioridade. Por quê?

Teixeira – É pessoa de referência, identificada com o clube e que entende o nosso momento.

DC – Ele facilita negociações?

Teixeira – Sim. Todos o conhecem, e muitos atletas sabem que podem crescer com ele. Sabem que na mão desse treinador vão se desenvolver, e em outro momento o Adilson estará em situação melhor, em outro clube.

DC – Como é o perfi do elenco?

Teixeira – Os jogadores novos serão os do clube. A gente vai trazer atletas que podem não ser conhecidos, mas com mais rodagem. Alguns terão custo benéfico, o clube não vai lucrar com ele, mas vai valer a pena por algum motivo. A gente vai tentar construir um Figueirense que possa controlar o destino de seus atletas.

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DC – Como fazer para contratar atletas e planejar a nova temporada se o clube ainda tem que pagar direitos de imagem atrasados?

Teixeira – As atitudes tomadas foram para ajustar o Figueirense à realidade. Daquela maneira, era inviável. Com planos paliativos, um dia você acaba quebrando. Todo o atrasado será acertado, é pouca coisa.

DC – É verdade que os jogadores não gostavam de você?

Teixeira – É uma questão absolutamente ridícula. Então eles gostavam de mim em 2010 e 2011, e em 2012 não? O que me preocupa é a condução do trabalho. Fui campeão no Corinthians, no Flamengo e no Cruzeiro. O mundo do futebol me conhece e muitos jogadores gostam de mim. Acho que isso foi uma maneira de minar o trabalho. Eu não procuro mais nem me defender, porque não adianta lutar contra o preconceito. As pessoas criam fatos para te atingir.

DC – Por que a dispensa de Fernandes e Wilson?

Teixeira – Não existe pessoalidade. Só existe profissionalismo. Todas as medidas tiveram fundamento financeiro, técnico e de contexto do clube.

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DC – Tem planos para fazer parceria com outros clubes?

Teixeira – Estamos fazendo contatos e o clube está se reinserindo no mercado. Lá fora a visão é a de que o Figueirense não era autônomo.

DC – Por que você está aqui se poderia estar em outros projetos?

Teixeira – Quando vim para cá, enxerguei que teria autonomia. Tive segurança e gostei da cidade. Não abandono nenhum projeto, sou leal a quem é leal comigo. Só saio quando terminarem os meus objetivos.