O presidente da Câmara de Vereadores, Marcos da Rosa (DEM), assume pela segunda vez de forma interina a cadeira de prefeito de Blumenau. Ele tomou posse em cerimônia simbólica na manhã de sábado, no gabinete do prefeito, mas permanece no comando do município desde este domingo até o dia 9 de dezembro – dia 10 transfere novamente o cargo a Hildebrandt. Nesse período, o titular da cadeira Mário Hildebrandt (PSB) faz viagens técnicas na França até quinta-feira e depois tira 10 dias de férias.

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Em novembro do ano passado, Marcos já havia assumido a prefeitura por quatro dias quando o então prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) se afastou por causa do nascimento da filha e o na época vice-prefeito Hildebrandt estava em viagem a Bolívia para negociar um financiamento para a área de mobilidade.

Apesar de ser um período curto, o agora prefeito interino Marcos da Rosa (DEM) pretende priorizar o acompanhamento de obras em andamento nos 15 dias que terá no comando do Executivo. A agenda ainda não estava montada até o fim da semana passada, mas um dos primeiros compromissos é uma reunião para discutir com técnicos da área de planejamento questões de trânsito sugeridas por moradores, como o fluxo de veículos em vias transversais da Rua Humberto de Campos, no bairro Velha.

Marcos alega que Hildebrandt não fez nenhum pedido especial para esse período e que questões como a aprovação do orçamento do município para o ano que vem já deverão estar resolvidas até a volta do titular, não exigindo nenhuma ação mais direta dele no período de prefeito interino.

Se por um lado Rosa avalia que Hildebrandt está conduzindo bem a cidade e se diz feliz pela confiança demonstrada tanto por Napoleão ano passado quanto por Mário agora ao permiti-lo assumir o Executivo como interino, por outro, ficará longe do Legislativo em um período importante, de articulação para a eleição da nova Mesa Diretora da Casa.

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Pelo regimento interno, a votação pode ser convocada em qualquer dia da primeira quinzena de dezembro. Rosa afirma que como prefeito não pretende interferir na articulação das candidaturas, mas que já vinha sendo pivô de uma articulação e que deve participar desses últimos dias de negociação pela força política que construiu como o vereador mais votado nas últimas eleições e presidente da Casa.

Rosa não pode ser candidato novamente a presidente, mas diz que faz parte de uma composição para integrar novamente a Mesa Diretora, como faz desde que assumiu como vereador: foi primeiro-secretário (2013-2014), depois vice (2015-2016), até chegar à presidência da Casa (2017-2018). A expectativa dele é de que a votação possa ocorrer após o retorno ao comando do Legislativo.

Confira na entrevista a seguir:

Dá para fazer alguma coisa em 15 dias como prefeito interino?

Não é uma eleição em que um prefeito se elege com plano de governo, mas haverá algumas obras para inaugurar. Duas em que dei a ordem de serviço lá quando assumi na época do Napoleão (Bernardes), em novembro do ano passado. São as pavimentações das ruas Gustavo Henschel e João José Ferreira, no bairro Itoupavazinha. Além disso, haverá a entrega da praça Agnelo Paulo Lanser, no bairro Tribess.

Por ser um período em que se discute orçamento e o planejamento do ano seguinte, pode ser uma interinidade que vai exigir mais atuação do que o habitual?

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Sim. No final do ano, geralmente vêm muitos projetos que ficaram represados, alguma necessidade de suplementação orçamentária, tudo isso pode vir.

Alguma prioridade que o senhor pretende dar a esses dias de trabalho ou alguma área que pretende olhar com mais atenção?

As obras, os acessos, as transversais da Rua Humberto de Campos. Até estou programando uma reunião sobre isso para segunda-feira, sobre uma sugestão de alteração de um morador. Sugeri que conversássemos com o setor de Planejamento. Às vezes, o cidadão que está no dia a dia tem o que sugerir. As obras da Rua Bahia também. Enfim, a prioridade é visitar e acompanhar as obras.

Sobre a cadeira de prefeito, sonha com ela em 2020?

Tenho que estar preparado para os desafios. O preparo é em todas as áreas, inclusive do ponto de vista partidário, político. Se lá na frente o cenário pedir isso, não tem por que não.

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É um desejo seu? O senhor alimenta esse sonho de ser candidato a prefeito em 2020?

Gostaria sim de um dia ser prefeito da cidade. Não quer dizer que seja em 2020, mas gostaria de ser prefeito eleito realmente. Agora, é dar continuidade a algo que está aí. Digamos assim, quando um time contrata um técnico, o que ele mais quer é autonomia para escalar o time. Sempre gostei de esporte e às vezes a gente ouve comentários de que contratam um técnico, mas não dão autonomia para ele, daí os caras nem respeitam o técnico. Quando você se elege com seu plano de governo, tu vais escalar o teu time. Só pessoas da tua equipe. Hoje, o próprio nome já diz, é prefeito interino, para dar continuidade. O que, como disse, é algo que me deixa feliz porque tem essa confiança. Já houve em Blumenau vice-prefeito que nunca assumiu a prefeitura. Presidente da Câmara nem se fala. Ocupei duas vezes, e por dois prefeitos diferentes.