Jéssica Mueller chegou ao No Limite com fama de princesa. Isso porque, durante sua participação no BBB 18, há três anos, ela ganhou fama com a frase “levanta a cabeça, princesa, senão a coroa cai”, que virou um dos bordões mais conhecidos e reproduzidos do Big Brother Brasil. Mas, ao chegar ao reality show que voltou à grade da Globo neste ano, desta vez com um elenco formado só por ex-BBBs, a personal trainer catarinense surpreendeu ao mostrar garra nas provas que exigiam resistência e força física. “A parte de esforço físico, esforço mental, são coisas que eu gosto de vivenciar”, contou Jéssica, em entrevista ao DC.
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Mesmo assim, a vida no No Limite não é fácil – e, para Jéssica, foi especialmente difícil no que diz respeito ao convívio: a blumenauense não se sentiu integrada aos colegas da tribo Calango; e, nas últimas semanas, viu o público acusá-la de ter “traído” os parceiros de equipe ao votar pela eliminação do colega Kaysar. “Eu não estava super bem com ninguém”, ela rebate. “Como eu ia defender eles se eles nem me queriam na tribo?”
Conversamos com Jéssica às vésperas da final do No Limite: nesta terça-feira (20), os seis participantes restantes (além da catarinense, permanecem no programa André, Elana, Marcelo Zulu, Paula e Viegas) se enfrentam em duas provas, que eliminam quatro dos concorrentes. Os dois finalistas vão disputar a preferência do público, que vota para decidir o grande campeão.
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Confira a entrevista com Jéssica:
Você sempre gostou de reality shows? Como era, antes do BBB, sua relação com a TV e com esse tipo de programa?
Tudo começou quando eu era bem pequenininha. Eu queria ser apresentadora de televisão, então eu acompanhava muito essa parte de comunicação. Sempre estava ligada no que estava rolando na televisão, sempre assistia muita novela. Quando o Big Brother surgiu eu tinha nove anos de idade, e já comecei a assistir. E eu me imaginava muito lá; me imaginava na casa, mesmo: “Nossa, imagina que delícia estar aí nessa piscina. Eu quero ir para essa casa!” (risos) Eu nem tinha muita noção da dinâmica do jogo, nem nada, mas eu pensava “eu quero participar disso”. Fui crescendo, fui entendendo o programa ao longo da adolescência, e percebendo que queria mesmo participar.
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Na época da faculdade eu estudava à noite e também comecei a trabalhar à noite, então parei de acompanhar e meio que dei uma esquecida no Big Brother. Mas sempre que as inscrições abriam algumas pessoas vinham me falar: “Por que tu não se inscreve? É a tua cara!” Mas eu fui deixando; estava ocupada com outras coisas. Eu sempre dizia que só ia me inscrever quando tivesse certeza de que, se tentasse, ia entrar. Quando tinha 22 anos eu até fui abordada por um olheiro e fiz a entrevista, mas fiz meio sem saber se era realmente aquilo que eu queria naquele momento. Aí não rolou. Mas, quando decidi que eu queria mesmo, eu me inscrevi no site, fiz todo o processo normal; a entrevista presencial em Florianópolis… E entrei. Então considero que entrei na minha primeira tentativa. E foi a realização de um sonho de criança. Sempre tive vontade, mas sinto que aconteceu na hora certa.
Então sua principal motivação para entrar no Big Brother Brasil foi viver a experiência de estar no programa?
Além de viver a experiência do BBB, eu também tinha noção de que isso poderia me trazer oportunidades, né? Eu não trabalhava exatamente com internet, mas na época já divulgava meu trabalho de personal na internet. E isso que no BBB 18 nem tinha ainda essa coisa tão forte das redes sociais, como tem hoje. Acho que foi por por volta dessa época que as redes começaram a ganhar força na coisa do BBB. Mas claro que eu via que era uma boa oportunidade de ganhar visibilidade e expandir meu trabalho.
E o que você acha de ser responsável por um dos bordões mais lembrados do Big Brother Brasil?
Eu entrei no Big Brother bem disposta a viver, ser eu mesma, fazer festa; e eu tenho muito esse meu lado de soltar essas “pérolas”. (risos) Quem trabalha comigo às vezes fala “meu Deus, de onde tu tirou isso?”. Tenho um lado muito criativo. E essa frase é uma que minha mãe usava muito comigo, desde a época em que eu era atleta. Eu sempre fui a princesa dela, ela sempre foi a minha rainha, nós fizemos até tatuagem.
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Lá dentro eu falei a frase várias vezes, mas o momento que pegou foi aquele do paredão da Patrícia, em que a frase virou meme, né? Ela foi levada mais para o lado do humor, e eu acho até legal, porque a situação foi de fato engraçada. Mas muitas mulheres já comentaram comigo que entendem a frase de fato como encorajadora, como motivadora, e eu acho isso muito legal. Acontece direto de me perguntarem na rua “você não é aquela menina da coroa? Você não é a princesa do Big Brother?”. Então é legal ser lembrada, e lembrada por um motivo divertido.
Como você recebeu o convite para o No Limite? Topou na hora, ou teve alguma dúvida se deveria aceitar?
Quando surgiu o convite do No Limite eu dei um pulo da cadeira na hora, “ah, que massa!”. Claro que a gente pensa um pouco na parte da exposição: hoje em dia as pessoas julgam muito tudo o que você faz, ainda mais por causa da internet, então eu me perguntei se estava preparada para isso. Porque lá dentro, claro, a gente sempre acha que o que está fazendo está certo. Antes do No Limite fiz até terapia, para aprender a focar em jogar – algo que eu não fiz no Big Brother; no Big Brother não fui com essa visão de jogar, fui mais para curtir. Sabia que estava correndo esse risco da exposição ao ir para o No Limite, mas resolvi abraçar esse risco, e não me arrependo de nada. Foi uma experiência muito legal.
Muita gente elogiou seu desempenho nas provas, sua resistência, sua força, e o fato de você não reclamar muito dos perrengues do No Limite. Você acha que seu preparo físico foi o que mais ajudou, ou teve mais a ver com a parte psicológica?
Eu acho que o No Limite tem muito mais o meu perfil do que o Big Brother. A parte de esforço físico, esforço mental, as provas, são coisas que eu gosto de vivenciar. A proposta e a dinâmica do No Limite me agradam muito. Eu estava bem tranquila quanto à questão do preparo físico. A questão do psicológico pega, porque lá a gente passa frio, calor, fome; perrengues que nos deixam enfraquecidos mesmo. Às vezes a gente acaba perdendo provas por causa do psicológico.
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Eu acertei em muitas provas, principalmente as de força física, porque eu tenho mesmo controle emocional sobre a minha força; mas errei em muitas provas também. Eu vi que virei meme na prova de mira. (risos) Teve gente que escreveu “a Jéssica parece meu cupido”, porque eu não acertava nada. (risos) Mas eu nunca treinei mira na vida. E, nessa prova, quando comecei a errar, eu comecei a ficar nervosa, me desesperar. Você faz parte de uma equipe, então errar nas provas significa ser julgado pelos outros integrantes da equipe. Mas eu sei que dei meu sangue, meu melhor em cada prova, então minha consciência está bem tranquila.
O que você achou mais desafiador no No Limite?
Acho que o mais desafiador para mim foi a fome. Com fome, você fica mais fraco, seu humor fica alterado. Teve momentos em que eu não conseguia nem dormir de fome. Eu fico muito mal-humorada com fome, então ficava mais quietinha… Mas acho que, no jogo, a coisa mais desafiadora para mim foi trabalhar em equipe. Eu tinha até comentado isso na minha terapia antes de ir, que eu sou muito individualista. Tive dificuldade para me conectar com a equipe. Sabe essa coisa de ter que ficar agradando, “vai, equipe!”, não sei… Isso é difícil para mim. Tive que trabalhar muito meu mental para ficar bem com o pessoal.
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No Big Brother é mais gente, e são vários grupinhos que se formam naturalmente, se desfazem… O No Limite é mais complicado porque tem essas duas tribos formadas desde o início. E na votação você elimina direto a pessoa, não tem a participação do público. Essa parte da dinâmica foi bem desafiadora para mim.
Muita gente criticou o fato de você ter votado pela eliminação do Kaysar, que você já conhecia do Big Brother e era da sua próprio tribo.
Óbvio que as pessoas que gostam do Kaysar e queriam ele na final ficaram chateadas comigo, e ele tem uma torcida bem grande. Mas eu não era amiga do Kaysar, sabe? A gente perdeu contato depois do Big Brother, e não conseguiu se reconectar no No Limite. E eu não ia fazer isso de forma forçada. As pessoas trouxeram para o No Limite aquela novela que foi criada lá no Big Brother, e eu já estava com outro pensamento. Tô bem leve, bem tranquila quanto a essa história.
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Muita gente também comentou que eu “traí” a Calango, mas eu senti que desde o começo rolou essa desconexão minha com a tribo. Nos primeiros dias de programa o pessoal até comentava que parecia que os outros integrantes da Calango estavam “me excluindo”, sabe? Porque eu fiquei mais na minha. Então o público notou isso – mas parece que depois esqueceu. Eu só não saí antes porque o Bil desistiu. Eu não estava super bem com ninguém. O Mahmoud me xinga até hoje. Como eu ia defender eles se eles nem me queriam na tribo? Eles só não me eliminavam por saber que eu me saía bem nas provas. Foi bem difícil sobreviver à tribo Calango.
Uma das provas mais comentadas do No Limite foi a Prova da Comida. Como foi comer larvas, baratas, olho de cabra; o que você sentiu e o que pensou na hora?
Meu medo em relação à Prova da Comida era que meu organismo rejeitasse alguma coisa involuntariamente, sabe? Eu estava decidida a comer o que viesse (risos), mas tinha medo de que me desse ânsia, que fosse algo que eu não conseguisse controlar. Mas eu me controlei muito. Eu quase não apareci [na TV] durante a prova, porque acho que fui a que menos fez cara feia. Eu estava extremamente concentrada. Parece que eu entro em um transe que nem sei onde vou parar. Eu só pensava “tá valendo R$ 500 mil, tá valendo o prêmio, eu vim aqui para isso.” Eu nem olhava o que tinha que comer.

Acho que a barata foi o pior. Eu pensava “eu tô comendo uma barata, cara, que bosta.” (risos) E ela não era pequena! A casquinha dela é tipo uma casquinha de camarão, só que muito mais resistente. Eu engoli aquela coisa arranhando a minha garganta, foi surreal. O olho de cabra também é bem rígido, tu mastiga, mastiga, e ele não se dissolve, tem que engolir praticamente inteiro. O shot também foi horrível. Eu falo e lembro do gosto até agora, parece que eu tô sentindo. Parecia gosto de vômito. A hora das larvas foi tensa, mas depois da barata eu achei que as larvas foram super de boa. Pode descer uma porção. (risos)
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Você participaria de algum outro reality show?
Semana passada, quando terminou o episódio, eu estava na casa da minha mãe, e fui dormir mal. Mal mesmo, porque tinha muita gente vindo me criticar no Instagram, me xingar de falsa, de traíra, cobra. Mesmo que eu não fique mal por muito tempo; eu sou um ser humano, né. E no dia seguinte eu abracei minha mãe e chorei um monte, e falei “eu não quero mais saber de reality, chega! Acho que não nasci pra reality.” (risos) Mas não sei… Depende muito do que fosse. Eu acho que eu iria para o Survivor [reality show norte-americano que inspirou o No Limite]. Um monte de gente me diz que o programa é a minha cara, e que os participantes são sempre muito estratégicos. Acho que vou treinar meu inglês e me inscrever no Survivor. (risos)
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