O ex-deputado estadual Gelson Merisio (PSDB) disse considerar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “errou muito, especialmente na condução da pandemia” e que, embora tenha votado nele em 2018, não repetiria o voto no presidente se a eleição fosse hoje.
Continua depois da publicidade
Eleições 2022: quem são os pré-candidatos ao governo de SC a um ano da disputa
Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
– Não me agrada ver o presidente criando e gerando crises. Isso gera tensão no mercado, sobe o dólar, a gasolina, o preço dos produtos no mercado, e a classe política se distancia das pessoas, e a questão fica muito no debate ideológico – avaliou.
Merisio foi entrevistado nesta quinta-feira (28) pelo Diário Catarinense e pela CBN Diário na série de entrevistas com pré-candidatos ao governo de Santa Catarina em 2022. Ele é administrador, foi vereador e deputado estadual de 2005 a 2018, chegando a presidir a Assembleia Legislativa (Alesc) por quase cinco anos. Em 2018, concorreu a governador pelo PSD e ficou em segundo lugar, perdendo no segundo turno para Carlos Moisés (PSL, à época). Migrou para o PSDB e é apontado pelos tucanos como pré-candidato ao governo de SC.
Continua depois da publicidade
O pré-candidato foi entrevistado pelos apresentadores Mário Motta e Eveline Pôncio e pelo colunista do NSC Total, Ânderson Silva.
Assista à entrevista
Relação Moisés x Bolsonaro
Após avaliar a gestão de Bolsonaro, Merisio também fez críticas ao governador Carlos Moisés por ter se afastado do presidente após a eleição.
– Não gosto disso (crises criadas pelo presidente), assim como não gosto de ver o governador que se elegeu na asa do Bolsonaro um mês depois romper com o governo federal. Isso tira recursos do Estado, tira sinergia que deve existir independente de governo – avaliou.
Eleições de 2018
Merisio disse respeitar o resultado de 2018 e que “teve merecimento na disputa” vencida por Moisés, mas que na ocasião o debate foi “mais vinculado ao 17” e à onda Bolsonaro do que sobre os temas de SC.
Continua depois da publicidade
– As consequências estamos vivendo agora, de descompassos na administração muitas vezes ligados à própria inexperiência e à falta de projetos – criticou.
Gestão da pandemia
Merisio criticou o governo do Estado também na gestão da pandemia de Covid-19. Lembrou o caso da compra dos respiradores, que chamou de “profunda incompetência e irresponsabilidade”, e disse que isso fragilizou ainda mais o governo. Disse que o Estado “perdeu a oportunidade” de ser o melhor em todos os indicadores e “um case” para o país.
Prévias do PSDB
Sobre a disputa interna pela candidatura a presidente no PSDB, entre o governador de São Paulo, Joao Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, Merisio disse que apoia o pré-candidato gaúcho porque vê nele as condições para “permitir um caminho alternativo que não seja o extremo do Bolsonaro e o extremo do PT, com Lula”. Disse que Doria “antagonizou com os dois polos” antes do tempo.
– Vejo no governador do Rio Grande do Sul as condições de reunir em torno dele um sentimento nacional de renovação, especialmente nos jovens, tendo a diversidade e o meio ambiente como norteadores de nova política. E acima de tudo, um “ar mais puro para se respirar” – avaliou.
Continua depois da publicidade
Merisio admitiu que a candidatura dele se fortalece caso Leite vença as prévias, mas que caso Doria seja o escolhido, o partido pode ter “condução diferente” da candidatura estadual. Chegou a citar o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, dizendo que teria seu apoio.
Críticas a Moisés
Moisés fez mais críticas a Moisés ao dizer que nos últimos três anos “não se construiu projeto” em SC, e que essa diferença será percebida na comparação com os vizinhos Paraná e Rio Grande do Sul, que segundo ele têm “administrações modernas e eficientes”.
– É diferente de Santa Catarina, que está fazendo política de balcão. Como não tem projeto, distribui convenio aleatoriamente aos municípios, que têm sua finalidade, como obra pública é importante, mas não têm sinergia, efeito multiplicador, não vão se transformar em tributos que propiciem melhorar o Estado como um todo – avaliou.
O pré-candidato cobrou ainda mais investimentos em segurança pública e criticou o tratamento diferente a policiais militares e civis na Reforma da Previdência de SC.
Continua depois da publicidade
Processos de impeachment
Merisio negou ter influenciado durante os processos de impeachment de Moisés e disse que, na primeira ação, foi contra e “solidário ao governador”. No segundo caso, sobre a compra de respiradores, disse que “tínhamos o que discutir” e que “de 10, seis votaram” pelo afastamento. Negou ter indicado pessoas para o governo interino da vice Daniela Reinehr e disse que um processo de impedimento “nunca é bom para o Estado”.
A série de entrevistas
As entrevistas com pré-candidatos a governador de Santa Catarina ocorrem nas próximas duas semanas, sempre às 10h, com transmissão da CBN Diário e dos canais digitais da rádio, do DC e do NSC Total. Oficialmente, a definição dos candidatos só ocorre nas convenções partidárias, três meses antes da eleição. No entanto, a série de entrevistas busca permitir que o eleitores comecem a se preparar para a escolha e a se conscientizar sobre a importância do voto.
Outros nomes apontados como pré-candidatos ao governo de SC em 2022 também já foram entrevistados, como Antídio Lunelli (MDB), Décio Lima (PT), Esperidião Amin (PP), Gean Loureiro (DEM), João Rodrigues (PSD), Fabrício Oliveira (Podemos) e Napoleão Bernardes (PSD).
A NSC também promove uma rodada de entrevistas com pré-candidatos à presidência da República em 2022. Já foram ouvidos nomes como Lula (PT), João Doria e Eduardo Leite (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Continua depois da publicidade
Leia também
Lula, Bolsonaro e ‘outras vias’: veja os pré-candidatos à presidência nas eleições 2022
“É impossível fraudar a urna”, diz presidente do TRE-SC sobre eleições 2022
Eleições 2022: confira datas, prazos e o que se sabe até agora
CPI pede indiciamento de Bolsonaro por nove crimes; saiba quais são