O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), admitiu o desejo de concorrer a governador nas eleições de 2022 em entrevista nesta terça-feira (19) ao Diário Catarinense e à CBN Diário. Ele foi o quarto convidado da rodada de entrevistas que os veículos da NSC fazem com pré-candidatos ao governo de Santa Catarina nas eleições de 2022.
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Eleições 2022: quem são os pré-candidatos ao governo de SC a um ano da disputa
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Gean tem sido contido ao falar sobre a possibilidade de concorrer no próximo ano, mas admitiu o interesse e disse que o nome dele será apresentado em conversas pelo União Brasil, partido em formação que resultará da fusão do DEM e do PSL. Também disse que o fato de ter que renunciar ao restante do mandato de prefeito da Capital não seria um problema. Definiu o vice-prefeito Topázio Neto (Republicanos) como alguém “muito qualificado” e que “vem se dedicando”, e disse ouvir de eleitores uma “cobrança para disputar (a eleição)”.
– A gente tem que começar um projeto com humildade, buscando as oportunidades e propostas para SC, tendo, sim (possibilidade de concorrer), no nosso partido, meu nome é levantado. Se perguntar se eu tenho vontade, é claro que tenho vontade de ser governador. Tenho desejo, tenho ambição, como eu tinha de ser prefeito. Acho que posso trabalhar para as pessoas melhorarem sua condição e vida – afirmou.
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Gean foi reeleito prefeito da Capital em 2020 e também já foi vereador e deputado estadual. Ele foi entrevistado no programa Notícia na Manhã, pelos apresentadores Mário Motta e Eveline Pôncio e pela colunista do NSC Total, Dagmara Spautz.
Assista à entrevista
Prazo para definição
Apesar de admitir o desejo de concorrer, Gean priorizou o tom mais polido ao cogitar a candidatura e disse que a “preocupação maior é um projeto para SC”. Citou temas estaduais como gestão de escolas, saúde preventiva e programas sociais e disse que ainda pretende concluir desafios do cargo de prefeito, como a sequência da vacinação e a retomada econômica com a temporada de verão.
– Minha experiência e minha vontade de trabalhar me trazem a condição como liderança política como opção para SC, mas isso é uma construção que se faz com aliança de partidos que pensam da mesma forma, e na minha opinião não deve se trabalhar nomes agora, deve se trabalhar propostas. (…) Essas responsabilidades (de prefeito) não vão fugir do meu foco, mas no momento adequado vai se ter uma definição – afirmou.
Ser conhecido em outras regiões
Gean listou obras e ações feitas em Florianópolis e a personalidade ativa, já exploradas na campanha à prefeitura da Capital em 2020, como pontos que podem ser apresentados para tornar seu nome mais conhecido em outras regiões de SC. Destacou o fato de ter vencido a disputa à reeleição em primeiro turno, em um pleito com nomes tradicionais e 10 candidatos.
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– Não estou partindo do projeto de abandonar a cidade, ao contrário, é de ter uma representatividade da cidade ainda maior – defendeu.
Relação com Bolsonaro
Questionado sobre como reagiria se precisasse dividir o palanque com Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022, caso o União Brasil decida apoiar a reeleição do atual presidente, Gean disse que a prioridade do novo partido será ter candidato próprio, buscando uma terceira via. No entanto, evitou confrontos com Bolsonaro.
Gean disse que vê alinhamentos entre os dois em ações contra a pandemia como na concessão de auxílios emergenciais, mas reconheceu diferenças como a defesa que fez da vacina, enquanto o presidente questionava a eficácia da imunização.
– Não trabalho com linha de oposição ao governo federal, nem ao estadual. Trabalho para ter uma relação institucional, em que pese divergir de algumas situações. Isso é natural dos políticos, a gente não está aqui para concordar com tudo e só dizer amém – afirmou.
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Em um momento que pré-candidatos buscam o apoio de Bolsonaro em 2022 evocando até a proximidade com o presidente, Gean criticou a estratégia.
– Não adianta vir (dizer) sou candidato porque sou amigo de tal, gosto daquele, sou da direita ou da esquerda, e não apresentar uma proposta para o Estado. Porque depois que acabar a eleição, essa pessoa tem que governar SC – afirmou.
Alianças para 2022
Gean disse que alianças feitas em 2020 para a prefeitura, com legendas como Republicanos, Podemos e PSC, podem favorecer diálogos para 2022, e disse que não se negará a conversar com nenhuma legenda.
Disse considerar “improvável” que ele e Carlos Moisés (sem partido) estejam juntos no mesmo partido na eleição, e que o perfil do eleitor dele seria distinto do atual governador.
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– É uma eleição que provavelmente vai ser disputada em dois turnos. Tem que ter abertura de conversa com todos, não pode ter radicalismo porque acaba prejudicando entendimento do próprio eleitor, que também tem sua forma de pensar – pontuou.
A série de entrevistas
As entrevistas com pré-candidatos a governador de Santa Catarina ocorrem nas próximas duas semanas, sempre às 10h, com transmissão da CBN Diário e dos canais digitais da rádio, do DC e do NSC Total. Oficialmente, a definição dos candidatos só ocorre nas convenções partidárias, três meses antes da eleição. No entanto, a série de entrevistas busca permitir que o eleitores comecem a se preparar para a escolha e a se conscientizar sobre a importância do voto.
A NSC também promove uma rodada de entrevistas com pré-candidatos à presidência da República em 2022. Já foram ouvidos nomes como Lula (PT), João Doria e Eduardo Leite (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM).
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