De volta a Blumenau, agora no comando da 7ª Região da Polícia Militar, o coronel Carlos Alberto Fritz Bueno, que já comandou o 10º Batalhão da Polícia Militar, fala em entrevista ao Santa dos planos para o Vale do Itajaí antes de ir para a reserva.
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Colégio Militar
“Eu comecei no Colégio Militar, da Polícia Militar, fui da primeira turma. Desta turma, três entraram no curso oficial, na época eu fui o segundo colocado. De lá eu aprendi a gostar de ser policial. O meu sonho de criança era ser cantor de rock e, felizmente, com tudo o que eu conquistei com a Polícia Militar, eu consegui comprar instrumentos musicais. Nós temos uma banda de rock para lazer, eu e outros amigos da polícia, o Projeto B2. Então nas horas de folga para dar uma relaxada das tensões de trabalho a gente toca um rock antigo para descontrair. A banda é de Florianópolis, mas a formação de oficiais acaba direcionando para a Capital, tanto que eu fui para lá e fiquei um ano e quatro meses. No interior mesmo só há comandos regionais para coronel. A comandante coronel Claudete foi convidada para a diretoria de ensino e aí surgiu a vaga para ocupar o lugar dela”.
Idas e vindas a Blumenau
“Eu me formei em 1990 e vim para Blumenau. A experiência de operacional eu tenho há muito tempo, então eu espero que com essa minha experiência e o apoio dos três comandantes e todos os comandantes de pelotão e destacamentos da região, a gente faça o melhor para toda a comunidade. O carinho da tropa foi excelente e aí por isso aumentou o meu desejo de retornar, pelo carinho e por conhecer toda a tropa. Uma tropa muito dedicada, não desmerecendo todas as tropas, mas eu considero que é uma das melhores do Estado, de toda a nossa 7ª Região da Polícia Militar. É uma emoção muito grande, eu estou até mesmo sem palavras até porque a emoção toma conta e no final de carreira, 30 anos e quatro meses de serviço, eu fui agraciado pela promoção no último posto. Eu pretendo ficar dois ou três anos na região e depois ir para a reserva remunerada”.
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Claudete Lehmkuhl
“Eu tinha o desejo de comandar a 7ª Região e surgiu a oportunidade, já que ela (a coronel Claudete Lehmkuhl) foi convidada para o desafio de somar mil alunos. Ainda mais hoje em dia, quando a sociedade pede por mais efetivo, ela com certeza vai ter o desafio de formar os alunos em Florianópolis. Depois eles serão distribuídos ao Estado, claro”.
A passagem por Florianópolis
“Na Capital eu era o controlador geral da Polícia Militar, o controlador verifica toda as contas da PM, todos os processos de inclusão e os processos de reserva. Dá o parecer final e encaminha tudo para o Tribunal de Contas, é uma missão também muito árdua, também muito técnica mas eu tinha uma boa equipe e isso me deu know-how para retornar para a cidade. Fiquei um ano e quatro meses”.
Segurança no Vale do Itajaí
“A gente tem que trabalhar em conjunto com Polícia Civil, com Ministério Público, Judiciário, para tentar achar uma solução que seja possível reduzir esses índices. Nosso objetivo é esse, continuar com a parceria que foi bem tratada aqui na região e com essa parceria a gente tem que buscar soluções para que reduza cada vez mais a criminalidade”.
Impunidade
“Na verdade é uma questão de fragilidade das leis, permitem muitos recursos. A lei acaba protegendo mais o criminoso, desde a prisão em flagrante, se o flagrante não for muito técnico acaba já quebrando a prisão do criminoso lá na ponta. Fora isso, as outras demandas de recursos, de defesa, de prisão preventiva quebrada, de relaxamento de prisão e até os trâmites da legislação precisam ser mudados para que mude esse tipo de reincidência criminal”.
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Justiça com as próprias mãos
“A impunidade acaba gerando o descontrole, mas felizmente aqui na nossa região não há essa cultura de combater o crime com as próprias mãos. Felizmente, as pessoas ainda confiam na polícia, confiam no sistema de segurança pública e espero que não tenhamos casos de justiça com as próprias mãos na nossa região”.
Carreira
“O melhor momento da carreira é o ápice da carreira, atingi o último posto e ainda consegui ser premiado com o comando de uma região, então realmente é o melhor momento, até porque a gente está se encaminhando para o descanso depois de 30 anos de trabalho e a sensação de dever cumprido”.
Sonhos
“O meu maior sonho hoje é que diminua cada vez mais a violência, não só na região como em todo o Estado. Um sonho que não é impossível, mas que vai precisar de muita batalha, de todos os policiais militares do Estado”.