Candidato ao governo de Santa Catarina, Comandante Moisés (PSL) concedeu entrevista exclusiva nesta terça-feira para a Rádio Globo de Joinville. Ele disputa o segundo turno contra o candidato Gelson Merisio (PSD) no próximo domingo.

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Moisés falou sobre as mudanças na campanha em relação ao primeiro turno e a respeito de assuntos relacionados a Joinville e região. Entre os tópicos abordados, estão a atuação dos Bombeiros Voluntários, a concessão de rodovias estaduais à iniciativa privada e as prioridades para a cidade, em caso de vitória no próximo dia 28.

Confira a entrevista completa:

Rádio Globo – O que o senhor mudou no segundo turno em relação à campanha do primeiro turno?

Comandante Moisés – A gente tem um pouco mais de tempo de TV. Nós tínhamos apenas sete segundos na televisão e no rádio, e isso, de fato, foi uma mudança real para o Comandante Moisés porque minha visibilidade aumentou, até a rotina do candidato muda nesse sentido. Nós basicamente não tínhamos que produzir nenhuma peça para a propaganda eleitoral e hoje a gente tem que estar produzindo sempre conteúdos, enfim, essa rotina basicamente mudou. Nos demais itens, a pegada da campanha em redes sociais – a nossa rede social sempre se projetou muito bem, tem um engajamento muito grande. A gente continua na mesma pegada em termos de redes sociais.

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Obviamente que o segundo turno é um período até mais curto do que o primeiro turno, então a gente não tem essa abrangência estadual de correr todas as regiões, estar presente em todas as agendas que nos propõe, até porque no primeiro turno a gente não tinha essa posição de estar no segundo turno. Nem o eleitor e nem a sociedade organizada sabia que o Comandante Moisés estaria no segundo turno. A partir da eleição, a demanda pela nossa presença é muito maior em todas as regiões do Estado, com entidades associativas, e a gente acaba até tendo que filtrar um pouco para não ser desonesto com essa ou aquela entidade, atender uma e não atender outra entidade. Basicamente, a campanha continua na mesma pegada.

Rádio Globo – O senhor conseguiria citar alguns dos desafios para a região de Joinville? Em caso de ser eleito, quais elegeria como prioridades?

Moisés – Estive em Joinville algumas vezes. Na questão da infraestrutura, uma das principais demandas para Joinville, nós entendemos que são os acessos, anéis que estão sendo propostos, desvios de trafegabilidade, a questão de duplicação de capacidade de rodovias e tantas outras demandas. Eu estive em várias regiões do Estado. Basicamente, todas as regiões têm, na sequência, principais demandas. Por exemplo, a infraestrutura foi a principal das demandas levantadas.

Em Joinville, não foi diferente. Nós recebemos uma cartilha da Voz Única, que foi feita pela Facisc, indicando infraestrutura com problemas viário e rodoviário – é claro que existem outros modais de transporte que tem de ser investidos e o estado tem que ser parceiro porque não consegue resolver sozinho muitas vezes, como é o caso do ferroviário que tem um custo muito maior -, a justiça tributária, governabilidade e também a questão da segurança pública. Joinville, por exemplo, teve índices de aumento no número de homicídios nos últimos anos, que chegou a chamar a atenção de todas as regiões do Estado. A gente sabe que são questões pontuais, por exemplo, da ligação desses delitos com o narcotráfico. São ações que o Estado precisa investir. Joinville é a maior cidade de Santa Catarina e não recebe, muitas vezes, o investimento necessário nesses setores.

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A segurança pública é uma das bandeiras que a gente tem como meta para o nosso governo. É recompor os efetivos da segurança pública, entregar ao cidadão uma polícia de proximidade para Joinville e investir em tecnologia. Nós temos conversado com o futuro ministro da tecnologia, Marcos Pontes, no que diz respeito ao envolvimento da tecnologia para a governança. Nós precisamos governar também com qualidade e enxugamento da máquina pública. O Estado gasta muito, mas gasta mal. Nós queremos gastar menos em Santa Catarina e aplicar exatamente no que precisa.

Rádio Globo – No seu eventual governo, vai haver algumas modificação na atuação dos Bombeiros Voluntários em Joinville?

Moisés – Se houver modificação será para melhor. Os bombeiros voluntários são parceiros do Estado de Santa Catarina. Sempre costumo dizer que não há bombeiro ruim em nenhum lugar, todos eles são heróis da sua comunidade, independente do seu modelo. Os bombeiros voluntários prestam um serviço de excelência para Santa Catarina. Nós pretendemos melhorar a condição dos bombeiros voluntários, mantendo todos os convênios e subvenções que estão à disposição deles. Isso não muda. A constituição determina que a gente tem que, através do Estado, trocar experiências entre os corpos de bombeiros para que possamos fomentar essa atividade.

Eu tenho um projeto no nosso governo de que, aonde o Corpo de Bombeiro Militar atue na segurança contra incêndio, por exemplo, que é o caso em Joinville, as taxas revertam de 80% a 90% para os equipamentos e manutenção dos bombeiros de Joinville. Algumas pessoas começaram a dizer que como sou comandante dos bombeiros militares eu vou prejudicar os bombeiros voluntários. Muito pelo contrário. A minha vida foi dentro dos bombeiros e me relacionei muitas vezes com os bombeiros voluntários.

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Acredito que ambas as corporações têm experiências positivas para trocar. Tem que haver uma aproximação dessas corporações porque o cidadão que recebe o serviço dos bombeiros, não quer saber qual o bombeiro que está prestando o serviço. Ele quer receber o serviço para que o cidadão seja realmente atendido. Essa é nossa ideia. Não há nenhuma represália, isso é uma fake news que está circulando.

Rádio Globo – Desde 2016, começaram alguns estudos para privatizar trechos de rodovias estaduais. O senhor pretende manter esse modelo e levar isso adiante?

Moisés – Eu tenho dito que não privatizaria as rodovias estaduais. Primeiro que a expressão correta seria concessão das rodovias porque é um bem de uso público, então o Estado vai sempre se manter no condão de estar gerindo esses processos. A concessão poderia ser feita em rodovias federais, na minha avaliação. Eu entendo que não deveria ter nas estaduais. Apesar de muitas pessoas, inclusive segmentos do transporte, pedirem a privatização de rodovias. Eu entendo que o Estado tem condições hoje. Segundo dados do próprio governo e entidades ligadas ao transporte, o Estado hoje investe um terço do que deveria investir na manutenção das rodovias, que é pouco de mais de R$ 30 milhões.

Só com o enxugamento da máquina público, com o fim das SDR’s, por exemplo, você tem condição de investir. As SDR’s custam R$ 350 milhões e os dados dizem que com R$ 90 milhões eu conseguiria manter adequadamente as rodovias estaduais. Então, em um primeiro momento, nos passa o real dado de que o Estado não precisa privatizar rodovias. Ele tem condições de manter desde que gaste bem, com o que deve gastar, direcionando seus recursos para os fins para os quais o Estado está aí para apoiar o cidadão. Então, essa questão de conceder as rodovias à iniciativa privada eu penso que são em casos mais extremos, especialmente em rodovias federais.

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Rádio Globo – O senhor tem falado da necessidade de adoção de um perfil mais técnico do secretariado para despolitizar a gestão. Quem seriam essas pessoas?

Moisés – A gente entende que existe muitos servidores de carreira que estão há anos naquela pasta, conhecem todas as demandas e deficiências, inclusive o histórico de medidas que foram adotadas e que não foram mais adequadas pelo Poder Público. A nossa intenção é priorizar a composição técnica das pastas setoriais de Santa Catarina. Existe no quadro de servidores muita gente competente, que tem trabalho e que não tem uma ligação ou dependência político-partidária que pode servir ao Estado e ao cidadão, seja como adjunto ou secretário, para orientar as políticas públicas de Santa Catarina.

Rádio Globo – Como fazer uma Santa Catarina ainda melhor?

Moisés – Entende que Santa Catarina tem que gastar menos e melhor. Uma Santa Catarina ainda melhor a gente vai fazer com justiça social dentro da máquina pública, combatendo todos os tipos de corrupção que existe no Estado, enxugando a máquina pública, valorizando os servidores de carreira, despolitizando o setor público, entregando ao cidadão a segurança, a saúde, a educação e a infraestrutura de qualidade que ele merece.

Ouça áudio na íntegra com a entrevista do candidato na Rádio Globo: