Em entrevista exclusiva à coluna Tech SC, Alex Szapiro, country manager da Amazon Brasil, falou um pouco mais sobre a atuação da empresa, a relação com os brasileiros, os desafios e planos para o futuro no país.

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Confira a seguir:

Quem é o cliente da Amazon?

Essa pergunta remonta ao tempo que abrimos no Brasil, em 2012, quando começamos com livros. E eu ouvia muito “Vocês são loucos, vocês vão começar com livros? O brasileiro não lê”, pelo contrário, o brasileiro lê e lê muito. O que há é uma deficiência de se encontrar livros. Tem cidades de 400 mil, 500 mil habitantes que não têm uma livraria. O cliente da Amazon era o cliente que sabia ler.  

O que ainda falta para a Amazon no Brasil?

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Bom, uma vez que o cliente entra no status quo de que “a barra aumentou”, ele acostuma. Então, o que temos para fazer é subir a barra, inventar. Nos EUA, no início, o Prime tinha expectativa de entrega de até dois dias. Hoje, é no mesmo dia. Quando começamos o Prime no Brasil, um ano atrás, entregávamos em até dois dias para 100 cidades brasileiras. Hoje são mais de 400, e quero entregar em todas, no mesmo dia. Quero cada vez entregar mais rápido, e cada vez ter mais produtos…

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A obsessão do meu time não é aumentar vendas. É cumprir o que é prometido para o cliente: entregar no prazo, mais rápido, ter um índice de entrega maior… Nós temos esse sentimento de “sempre o primeiro dia”, de startup. Toda vez que entramos na tela do computador é esse sentimento: O que podemos fazer de melhor?, O que não estamos fazendo bem? O que podemos reinventar?

Por que demorou tanto para termos prime no Brasil? Foram sete anos…

Tenho o luxo de poder trabalhar num lugar que não tem pressão. No fim do ano, no fim do trimestre, ninguém aqui coloca pressão no time para fechar resultado. Não estou falando que isso não é importante, mas a pressão pelo resultado está na busca pela confiabilidade. Você demora anos para conquistar a confiança do cliente e leva segundos para perder.

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Começamos em 2012 com o livro digital e tinha um monte de negócios que sequer existiam. Lançamos o KDP (Kindle Digital Publishing) e hoje 30% dos livros digitais do Brasil são independentes. Ou seja, nós criamos um segmento novo para ajudar autores. Hoje temos autores que vivem disso, que em vez de ganhar 8% a 12% de royalties, podem ganhar até 70%.

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Tenho o luxo de não ter pressa. Não é “se você não for o primeiro, não terá espaço”. Nossa premissa é “se você fizer bem feito, o cliente vem. E se continuar, ele vai voltar”.

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