Cinco dias após o devastador terremoto de 7,1 graus de magnitude que deixou 320 mortos no México, as homenagens e os funerais das vítimas se sucediam entre flores e velas na capital, onde diminuem as esperanças de encontrar pessoas com vida sob os escombros.
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No final da tarde de domingo, a Marinha retirou o corpo de uma uma mulher dos escombros de uma escola na capital mexicana devastada pelo terremoto de terça-feira.
A escola Enrique Repsamen foi por 36 horas o epicentro da tragédia, depois que as autoridades confirmaram a morte de 19 crianças e sete adultos.
A tradicional missa de meio-dia na catedral barroca da Cidade do México foi tomada pelas orações pelas vítimas e pedidos de ajuda aos que foram diretamente atingidos.
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Perto dali, nas ruínas de uma fábrica têxtil que desabou, dezenas de mulheres homenagearam costureiras que perderam a vida no local.
Entre flores e velas, as mulheres colocaram uma cruz cor rosa que dizia “Teu nome é o meu” e gritaram os nomes das trabalhadoras mortas.
Enquanto isso, na periferia da megalópole, se celebrava o funeral de María Ortiz, uma mulher de 57 anos que morreu com a queda do antigo e luxuoso prédio do bairro de Condesa, onde trabalhava no serviço de limpeza.
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“Ela nos disse há um mês que gostava muito de nós, que queria ficar com a gente, morrer velhinha, limpar a sua casa, pintá-la”, disse sua irmã Mirna López, ao lado do caixão rodeado de flores e mais de cem familiares e amigos.
– Sem sinais de vida –
A maior parte das forças de resgate se concentravam em um edifício de sete andares que desmoronou parcialmente na área de Roma, onde 40 famílias buscam seus parentes, segundo informou o coordenador nacional de Proteção Civil, Luis Felipe Puente, que não informou o número preciso de pessoas presas sob os escombros.
No entanto, a possibilidade de encontrar essas pessoas com vida diminuí.
“Desde que chegamos não escutamos de vida”, assegurou Rafi Sadi, integrante do grupo de socorristas israelenses que colabora no local desde a madrugada de quinta-feira.
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Puente estimou que “no quarto andar é onde está o maior número de pessoas”, mas explicou que “o trabalho é muito delicado porque cada vez que há um movimento brusco, as estruturas se movem centímetro a centímetro e existe o risco de colapso”.
Durante o dia de busca, os socorristas tiveram que evacuar rapidamente a instável estrutura e os trabalhos foram interrompidas enquanto voluntários colocavam estruturas de aço na base para sustentar a estrutura.
“Estamos trabalhando com muito cuidado para não colocar em risco nossa equipe e os maravilhosos voluntários mexicanos”, disse Rafi Sadi.
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Os familiares em muitos momentos demonstram desespero. Choram e rezam em frente a uma enorme virgem de gesso colocada atrás de uma estrutura montada para atendê-los.
– Contra os tratores –
Em Tlalpan, no sul, os socorristas tiraram dos escombros de um edifício uma pessoa sem vida, enquanto a brigada japonesa salvava um cachorrinho branco
Esperançosos em encontrar gente viva, os vizinhos tentam evitar com um abaixo-assinado que os tratores sejam usados em cinco dias.
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Perto dali, na escola Enrique Rebsamen, o exército continuava à procura de uma funcionária supostamente presa nos escombros do edifício que desabou matando 19 crianças e seis adultos.
“Se esclarece categoricamente que até o momento não se realizará a demolição do edifício e não se utilizará nenhum tipo de máquina até que se tenha a plena certeza” de que todas as vítimas foram resgatadas, vivas ou mortas, disse à imprensa o capitão da Marinha Sergio Suazo.
Até a noite de domingo, o número de mortos no terremoto de magnitude 7,1 de terça-feira chega a 320: 182 na Cidade do México, 73 no estado de Morelos, 45 em Puebla, 13 no estado do México, 6 em Guerrero e 1 em Oaxaca, segundo dados da Proteção Civil Federal.
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A Secretaria de Marinha informou que suas ações de busca de pessoas e remoção de escombros na Cidade do México, permitiram o resgate de 115 pessoas vivas.
* AFP