Conciliar família e trabalho é um dos maiores desafios da mulher contemporânea. Se ela não ficar atenta, o benefício da licença-maternidade pode se transformar em ruína profissional, mesmo em carreiras consolidadas. Por mais que a organização entenda a necessidade de a funcionária ter um período maior para conciliar as exigências da maternidade e o trabalho, não deixará de cobrar resultados. Mas não há razão para aflições: hoje, também são maiores as possibilidades de elas se manterem conectadas ao trabalho mesmo não estando fisicamente presentes na empresa.

Continua depois da publicidade

O desligamento total do trabalho pode fazer com que a mulher se sinta perdida na hora de voltar à labuta. Durante o tempo em que ela permaneceu fora, a empresa pode ter implantado novos sistemas, remanejado funções e promovido mudanças, por isso profissionais da área destacam a importância de manter contato com os colegas de trabalho.

-Manter a rede de contatos é importante para saber o que está acontecendo no local de trabalho. Também é aconselhável se manter informada sobre o que se passa no mercado, ver filmes, ler livros, não perder a oportunidade de se atualizar – explica Roberta do Nascimento, psicóloga especialista em consultoria de carreiras.

Segundo Roberta, é normal que o afastamento da rotina profissional gere um conflito interno, pois a mulher tende a estranhar o fato de ficar tanto tempo em casa. É o caso da professora de biologia na rede estadual Cristiane Paes, que estreou no mundo das fraldas no dia 19 de dezembro, quando a filha Marina nasceu.

Um dia antes, Cristiane ainda trabalhava, pois preferiu deixar tudo pronto no período complicado de fechamento de ano nas escolas e aproveitar mais o tempo com o bebê. Cristiane não hesita em dizer que o período é maravilhoso, mas admite que sente falta do dia a dia do ensino. Por isso, liga e troca e-mails com as colegas para saber sobre as reuniões do colégio – e para mandar fotos de Marina. Três semanas após o parto, graças à ajuda do marido, que ficou cuidando da filha, ela foi ao local de trabalho para levar documentos:

Continua depois da publicidade

– Às vezes, parece que as coisas estão acontecendo e a gente está vendo passar. O contato profissional faz falta, sim – diz a professora, que se informa sobre as novidades da sua área através da internet.

Apesar de bem-vista pelas empresas, a vontade de estar conectada ao emprego pode merecer atenção em alguns casos. Às workaholics, que não desviam o pensamento do trabalho e quase entram em pânico por ter de passar tanto tempo em casa, a psicóloga Roberta aconselha que não pensem no assunto pelo menos nos dois primeiros meses e curtam o momento único da maternidade.

Confira dicas para não deixar a carreira em banho-maria durante o período de recesso:

::: Por mais que o momento da maternidade exija atenção intensa ao bebê, não quebre

o vínculo com o trabalho.

::: Reserve uma parte do dia para cuidar exclusivamente da vida profissional.

::: Procure manter uma comunicação virtual com a empresa sempre que possível.

::: Acesse o Orkut, o Twitter e salas de bate-papo, entre em comunidades e salas sobre empregos e trabalhos, converse, divida conhecimentos e aumente seus conhecimentos profissionais.

::: Mantenha-se em constante reciclagem no que diz respeito a sua profissão, para que consiga acompanhar os processos da empresa ao retornar.

Continua depois da publicidade

::: Informe-se sobre o andamento da organização.

::: Leia bastante sobre o que está acontecendo no mercado em sua área de atuação, tendência e mudanças.

::: Durante a licença, aproveite para pesquisar as outras áreas da empresa, as outras funções e os outros cargos. Com isso, continuará aprendendo e, ao voltar, poderá

ser cogitada para promoções.

::: Aproveite estes meses extras que a lei concedeu para organizar melhor o seu retorno ao trabalho.

::: Monte uma estratégia para que a transição seja feita com mais qualidade.

::: Se possível, negocie com a empresa o período de licença: a possibilidade de voltar antes e cumprir uma jornada menor ou estender o período de almoço, por exemplo

Fontes: Lourdes Lovison (consultora de RH da franquia de Porto Alegre da Catho), Fernando Inacio (consultor de carreiras) e Roberta do Nascimento (psicóloga e diretora da empresa Núcleo Médico Psicológico)

Continua depois da publicidade