O afastamento por 180 dias do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), repercutiu entre entidades de classe no Estado neste sábado (24), dia seguinte à decisão do tribunal de julgamento que aprovou o prosseguimento do processo de impeachment.

Continua depois da publicidade

> Impeachment é aprovado, Moisés é afastado do governo de SC e Daniela assume

> Conheça Daniela Reinehr, a primeira mulher a governar SC

Em tom duro e crítico ao processo de impeachment, a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), em nota assinada pelo presidente Jonny Zulauf, afirmou que o afastamento é “fruto de um complô” e comparou o processo com um “motim” ou uma “revolução do baixo clero”.

“A irresponsabilidade dos parlamentares nos seus propósitos nada republicanos, decorrentes de egoístas interesses pessoais e partidários, aproveitaram-se da ingenuidade — este o pecado de Carlos Moisés — gerando sérios efeitos e custos sobre toda a sociedade”, diz o texto da Facisc.

Continua depois da publicidade

O presidente da entidade diz também que Daniela Reinehr é “inimiga declarada do governador afastado” e que “a sociedade assistirá o troca-troca de cargos, a interrupção de programas de gestão, o debut dos amigos da governadora”.

Através de uma nota, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), preferiu não se posicionar sobre o mérito do afastamento, mas afirmou que o ato “está previsto na Constituição de SC e, portanto, é parte do rito democrático deflagrado pelo Legislativo”. A nota diz que a FIesc “espera que todas as questões ligadas ao processo se definam com a máxima celeridade, para evitar a paralisia total do Estado e a perda de novos investimentos”.

Em um vídeo encaminhado à imprensa, o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Ari Rabaiolli, disse que o resultado do tribunal comprovou “que o problema é mais político do que jurídico”. Rabaiolli citou êxitos do governo Moisés até agora, como obras e avanços administrativos, mas apontou que “o maior erro” do governador afastado foi “não ter articulado com a Assembleia Legislativa”.

O presidente da Fetrancesc parabenizou Daniela Reinehr pelo cargo que irá assumir, e destacou que o principal desafio da nova governadora será “manter o máximo possível da equipe atual de secretários”.

Continua depois da publicidade

Leia mais

Upiara Boschi: Moisés e Alesc derrotados em noite de afirmação dos desembargadores

Anderson Silva: A política salvou Daniela e afastou Moisés

Estela Benetti: Daniela consegue ser a primeira governadora de SC; deve saber o peso do cargo