Casos recentes, como sete homicídios registrados num único dia em Joinville, o fraco policiamento que favorece a violência em São João Batista, na Grande Florianópolis, ou ainda o crescimento de facções criminosas como o PGC e o PCC assustam a população e aumentam a sensação de insegurança no Estado.
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Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que de janeiro a 7 de dezembro 752 assassinatos foram cometidos em Santa Catarina: um aumento de 9,62% em relação ao mesmo período do ano passado.
Na votação promovida pelo Diário Catarinense para escolher a bandeira do jornal pelo próximo ano, dentro do projeto DC de Olho, a segurança publica venceu com 23 mil votos, o que representou 83% do total.
Autoridades e entidades confirmam a urgência pelo tema e apontam a defasagem no sistema prisional, o déficit no efetivo da polícia e o crescimento das taxas de homicídio como principais causas da preocupação do catarinense.
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Veja a situação de sete promessas de investimento em segurança para SC
Jádel da Silva Jr.
Promotor coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do MPSC
Casos de homicídio e roubos estão crescendo no Estado há pelos menos 10 anos. O que vemos agora é que o crime não está mais concentrado apenas em grandes centros, se espalhou. Para combater esta situação, o MPSC pretende implementar 12 promotorias regionais de segurança pública no Estado, que poderão contribuir inclusive com a polícia para investigar ocorrências.
Glauco José Côrte
Presidente da Fiesc
O tema segurança entrou em pauta nos últimos anos e hoje passou a ser um custo aos empreendedores. As indústrias e empresas aplicam parte da sua receita em segurança. É uma das preocupações da sociedade hoje em dia.
Leonardo Pereima
Advogado criminalista e conselheiro da OAB-SC
Acredito que deve haver um fortalecimento das instituições de segurança, principalmente relacionada a estrutura das unidades prisionais. Um levantamento recente da OAB mostrou que há 70% de reincidência de ex-presidiários em crimes. Isso significa que os presídios não estão cumprindo com a sua função.
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Elisandro Lotin
Presidente da Associação dos Praças de SC (Aprasc)
Segurança é o tema mais solicitado pela população e uma discussão que o governo estadual deve tratar não como gasto, mas como investimento. De fato, já fomos o Estado mais seguro do país, segundo os índices, mas perdemos esse posto. A segurança está ruim aqui e em todo o Brasil e SC não é exceção.
Joel Moraes Ferreira
Presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de SC (Sinpofesc)
A situação atual da segurança pública é extremamente preocupante em Santa Catarina e em todo o país. O modelo de estrutura para investigação burocratizado que temos é ultrapassado. Por exemplo, aqui a Polícia Militar não tem um ciclo completo de investigação. Então o PM, que esteve no local do crime e fez a avaliação inicial, não pode investigar a ocorrência até a entrega do caso concluído para o Ministério Público.
Major Aires Volnei Pilonetto
Centro de comunicação da Polícia Militar
É importante que se diga que mesmo com os indicadores a PM, em todo território, não trabalha menos por existirem indicadores favoráveis, que aponta SC como um dos Estados mais seguros. Isso instiga a prestar serviço de segurança pública. Mas o ser humano não se conforma com a situação que há. Nós vemos como positivo que as pessoas não se conformem. Existem questões a melhorar, então a população se preocupa, para que ações sejam feitas. Isso também explica o motivo de o catarinense escolher segurança como um dos assuntos mais importantes a serem tratados.
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Ademir Arnon
Associação Catarinense de Imprensa (ACI)
Não é só pelos últimos episódios, mas a segurança é um tema emergencial. A população está necessitando que se resolva essa demanda. Escolher um tema como esse como bandeira é dar visibilidade e oportunidade para discussão, fará com que a sociedade acorde e se una em torno de uma solução.
Polícia Civil de Santa Catarina, por meio de nota oficial
Santa Catarina, segundo relatório do Diagnóstico dos Homicídios no Brasil, foi avaliada como o estado brasileiro com a menor taxa de homicídios no país, registrando 8,7 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Nos últimos quatro anos, a frota da Segurança Pública foi renovada, todos os policiais receberam kits individuais, novas tecnologias estão sendo implementadas. A reposição de efetivo é o maior desafio. Desde 2011, mais de 5 mil servidores da área da Segurança Pública foram incluídos , mas ainda há um déficit histórico que está sendo trabalhado. Em 2016 a Polícia Civil continua comprometida com seu trabalho. A bandeira para 2016 continua o projeto de reposição do efetivo.
Secretaria de Segurança Pública de SC, por meio de nota oficial
A iniciativa da RBS é louvável. Demonstra o interesse da empresa em contribuir com as ações de segurança pública. Sobre o desempenho da Segurança Pública de Santa Catarina, temos as menores taxas de homicídio do país. Capacitamos nosso profissional, que hoje tem equipamento de ponta para o enfrentamento. Cito, ainda, a reposição dos efetivos policiais com a inclusão de mais de mais de cinco mil servidores na área da Segurança Pública desde 2011, além da ocupação de áreas antes dominadas pelo narcotráfico, a intensificação ao combate ao tráfico de drogas e o incremento de novas tecnologias de suporte operacional. Para 2016 iremos continuar o projeto de recomposição dos efetivos policiais, nossa principal bandeira.
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