Investir. Esse é o verbo que deve mover as entidades de Florianópolis para evitar prejuízos com desabastecimento de água e luz na temporada de verão. Por mais que Celesc, Casan e Prefeitura tenham unido esforços para evitar o que ocorreu em dezembro e janeiro passados, quando 350 mil pessoas ficaram desassistidas, a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC) recomendaram os empresários que não esperem pelo poder público.

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O recado, que foi dado também na temporada passada, parece ter dado resultado. Uma pesquisa realizada em janeiro de 2014 pela Fecomércio-SC, logo após os problemas de falta de água e luz, mostrou que 56% dos empresários do norte da Ilha investiram em infraestrutura de ampliação de armazenamento de água, fonte de energia auxiliar ou esgoto privado por causa do histórico de desabastecimento na alta temporada.

O diretor da Regional Canasvieiras da Acif, Luiz Cesar Costa, informa que os comerciantes preferem investir para evitar prejuízo:

– Normalmente os empresários não acreditam no que as concessionárias prometem, então o nosso conselho é que invistam para evitar problemas – comenta o diretor.

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Medidas preventivas

Os donos da pousada Avó Isaura, em Canasvieiras, que há 12 anos funciona apenas durante a alta temporada, investiram, mas não deixam de apelar para as medidas preventivas. Em 2011, a família do Luiz Paulo, dona do empreendimento, ampliou o reservatório do local para 25 mil litros, sendo 20 mil de caixa d?água e o restante com cisterna e ainda assim todo ano eles tomam providências.

– A capacidade da pousada é para 60 pessoas e abrimos apenas durante o verão. No entanto, em períodos de pico de consumo, normalmente no Réveillon e Carnaval, ao invés de três hóspedes por suíte, aceitamos no máximo dois – explica Luiz Paulo.

De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), o brasileiro gasta em média 187 litros de água por dia, pouco em relação aos norte-americanos (575 litros por dia), mas muito se o número for comparado com os chineses (85 litros por dia).

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Da queima de eletrodomésticos até a insatisfação com o hotel que não tem água e energia, moradores e turistas podem cobrar no Procon e na Justiça quando se sentirem lesados, explica o diretor do órgão de defesa do consumidor de Florianópolis, Gabriel Meurer:

– A reclamação pode ser diretamente contra a agência de turismo ou contra as concessionárias. Há um dano moral que pode e deve ser reparado.