Confira abaixo a nota à imprensa em que a Fundação Roberto Marinho e o Museu de Arte do Rio (MAR) lamentam o incêndio que atingiu a coleção particular de arte do marchand Jean Boghici em seu apartamento em Copabacana, no Rio.
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A direção e o corpo de funcionários da Fundação Roberto Marinho e do Museu de Arte do Rio (MAR) lamentam profundamente o incêndio ocorrido no apartamento do colecionador e marchand Jean Boghici. Seu acervo, reunido ao longo de seis décadas, é a mais singular articulação da modernidade brasileira e europeia.
Ainda não totalmente avaliadas, as perdas incluem a tela Samba, de Di Cavalcanti, obra-prima do artista, um dos ícones da vida carioca e a mais expressiva imagem de auto-representação da cultura afro-brasileira. A importância de Boghici, que nasceu na Romênia e imigrou para o Brasil em 1949, é inestimável para o Brasil.
Sua atuação profissional, com raro sentido de qualidade, trouxe um novo patamar para o mercado de arte no país. Sua capacidade de perceber as transformações da arte levou-o à curadoria da exposição Opinião 65, que anunciava uma geração de artistas, a potente Nova figuração que se sucedia ao projeto construtivo.
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A mostra projetava uma crítica social já em clara resistência à ditadura militar que então se instalava. Por sua relação com artistas, críticos e colecionadores, Boghici sempre operou para estabelecer um novo lugar da arte no espaço social.
Os planos de inaugurar o novo Museu de Arte do Rio com uma mostra de sua coleção permanecem inalterados, se este for seu desejo. O MAR é uma instituição que nasce com a missão de formar um acervo público que seja instrumento para a educação e para abrir novas perspectivas de inscrição da cultura visual na sociedade.
A história de vida de Jean Boghici nos tem sido um exemplo de fibra e de crença na arte como valor fundamental da experiência humana.
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Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, e Paulo Herkenhoff, curador do Museu de Arte do Rio.