Um modelo de outdoor destoa da sequência de propagandas de lojas nas entradas de Brusque. Letras maiúsculas em fundo negro formam o aviso em quatro linhas: “Radares geram corrupção + arrecadação. Não é educação. Brusque contra os radares”. Outdoors idênticos estão em pelo menos mais 12 pontos da região central e bairros.

Continua depois da publicidade

A divulgação é assinada por seis entidades de classe que são contra a instalação destes equipamentos: Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista (Sindilojas), Associação das Micro e Pequenas Empresas (Ampe), Sindicato das Indústrias de Vestuário (Sintrivest) e o Sindicato dos Empregados do Comércio de Brusque.

A cidade que tem quase um veículo por habitante _ são oito para cada 10 moradores _ nunca teve nenhum controlador de velocidade instalado no perímetro urbano. Se comparados os números de mortes no trânsito de 2012 com 2013 em Brusque, houve uma queda de 46%. E, nos primeiros semestres de 2012 e 2013 houve uma redução de 17,4% no número de morte acidentes de trânsito.

Mesmo assim a Secretaria de Trânsito e Mobilidade planeja lançar neste mês uma licitação para comprar 10 aparelhos que comprovem infrações como excesso de velocidade, avanço no semáforo com sinal vermelho e veículo com licenciamento irregular.

Continua depois da publicidade

_ Queremos diminuir ao máximo o número de acidentes porque cada vida salva não tem preço _ explica Sestrem.

As entidades autoras dos outdoors defendem que os controladores de velocidade são instrumentos para gerar mais arrecadação de impostos. O presidente da CDL Altamir Schaadt acredita que além de gerar mais um custo, os radares podem espantar turistas que visitam Brusque para fazer compras. Edemar Fischer, que preside a Acibr, garante que o problema não são os controladores de velocidade, mas a possibilidade de serem instalados sem sinalização.

O temor dos empresários é relacionado aos pardais _ radares não sinalizados e que captam excesso de velocidade _ que há alguns anos funcionavam nas rodovias de acesso à Brusque e penalizavam muitos turistas que frequentavam a cidade para comprar.

Continua depois da publicidade

_ Ao invés de radares porque não lombadas eletrônicas que é uma forma que todos veem? Os radares não são educativos e sim meramente punitivos, para gerar multas _ questiona Fischer.

O secretário explica que as lombadas eletrônicas não são utilizadas por questões judiciais e detalha que apenas um radar será usado para aferir excesso de velocidade em blitze.

_ Outro fator é que o motorista que corre, reduz apenas no ponto em que há lombada e logo em seguida volta a acelerar para compensar o tempo que perdeu na fiscalização _ explica Sestrem.

Continua depois da publicidade

Sestrem diz ainda que o dinheiro arrecadado com multas flagradas pelos equipamentos será reinvestido em ações de trânsito, como melhorias estruturais, sinalização e educação. Os pontos onde estes equipamentos serão instalados ainda não foram definidos porque dependem de estudos.

Por enquanto a Secretaria de Trânsito e Mobilidade só cita a possibilidade de instalar os equipamentos em ruas centrais como as avenidas 1º de Maio e a Getúlio Vargas, que estão entre dez ruas que mais registraram acidentes nos últimos dois anos segundo as estatísticas do Setor de Trânsito da PM.