O fechamento do espaço aéreo europeu por causa da nuvem de cinzas procedente de um vulcão na Islândia pode provocar perdas de até 1,5 bilhão de euros derivadas da queda da produtividade, segundo um relatório do Royal Bank of Scotland (RBS).
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O banco aponta no entanto que o impacto econômico será “insignificante”, comparado com a crise financeira mundial. Enquanto as companhias aéreas se esforçarem para fazer frente às substanciais perdas provocadas pela erupção do vulcão islandês, os analistas acreditam que o impacto global da situação será minimizado, porque outros meios de transporte substituirão o avião.
O RBS considera que o maior custo de produtividade será o derivado da ausência dos trabalhadores que não puderem retornar a seus postos por causa do cancelamento dos voos. Segundo o relatório, na Europa somente 1% das mercadorias é transportado por avião, contra 46% que chegam por rodovias, 37% por via marítima e o 11% por ferrovias. Sobre o transporte de viajantes, 83% dos deslocamentos são realizados por estrada.
A avaliação diverge da opinião do comissário europeu de Transporte. Siim Kallas estimou hoje que o impacto econômico do fechamento de grande parte do espaço aéreo da Europa para as companhias aéreas superará o provocado pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
O Executivo do bloco informou que abriu uma investigação para determinar o valor das perdas e confia que terá uma primeira avaliação nesta semana, para poder “responder adequadamente à crise” e de forma coordenada. O comissário explicou, em entrevista coletiva, que para evitar que as consequências econômicas sejam cada vez maiores é necessário retomar os voos o mais rápido possível, mas sem perder de vista que a prioridade é “a segurança”.
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Também nesta segunda-feira a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) criticou a postura dos governos europeus na gestão da crise e pediu mudanças no processo de tomada de decisões. Em comunicado, ele ressaltou que as restrições ao tráfego aéreo impostas desde quinta-feira passada e que criaram um caos sem precedentes nos aeroportos custam à indústria aérea US$ 200 milhões por dia. Segundo ele, “a economia europeia também está sofrendo milhões de dólares em perdas”.
– Os governos devem determinar mais urgência e mais enfoque em estudar como e quando podemos reabrir com segurança o espaço aéreo europeu – assinalou.