Diante do aumento de casos de Covid-19, o governo do Estado informou os prefeitos das 30 maiores cidades catarinenses que novas medidas contra o coronavírus serão implantadas em Santa Catarina a partir desta quarta-feira (24). Entidades se manifestaram sobre a intensificação das restrições e o reforço de 500 policiais militares para fiscalizações.
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O presidente da Sociedade Catarinense de Infectologia, Fábio Gaudenzi, destaca a importância das restrições mais duras para garantir o distanciamento social e reduzir a circulação do vírus.
Além disso, ele lembra que “não há tratamento precoce eficaz contra Covid-19 aprovado para uso no Brasil até o momento”. O kit de medicamentos, que contém cloroquina e ivermectina, era estimulado pelo Ministério da Saúde.
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— Em situações de elevada transmissão e risco de colapso em sua rede de saúde, como ocorre em várias regiões do Estado nesse momento, as autoridades de todos os níveis de governo devem intensificar as medidas de controle, devendo lançar mão das medidas não farmacológicas validadas e recomendadas por estudos científicos e organismos internacionais para a contenção da Covid-19 — destaca Gaudenzi.
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A Federação das Associações Empresariais (Facisc), representando 148 associações empresariais filiadas e mais de 34 mil empresas catarinenses, emitiu uma nota apoiando a decisão do Estado de intensificar as medidas contra Covid-19, sem interferir nas atividades empresariais.
“Neste primeiro momento, as medidas tomadas pelo governo estadual atendem aos anseios da classe empresarial, porém, é de suma importância que se reforce a fiscalização e não penalize as empresas que têm investido desde o início da pandemia para garantir a geração de empregos e renda para os catarinenses cumprindo, e inclusive, reforçando as regras sanitárias”, diz um trecho da manifestação.
A nota ainda fala sobre as medidas atualmente em vigor no Estado. “A entidade está satisfeita com a proatividade e comprometimento dos líderes em garantir a continuidade dos negócios em Santa Catarina. Queremos atuar lado a lado com a fiscalização e coibir qualquer tipo de atividade que seja facilitadora da propagação do vírus”, diz a nota do presidente da Facisc, Sérgio Rodrigues Alves.
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O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Cosems/SC) disse que vai aguardar para se manifestar após a publicação das medidas no Diário Oficial do Estado, que teve acontecer ainda nesta quarta-feira (24).
Fecam aprova medidas e manutenção do comércio aberto
O prefeito de Araquari e presidente da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), Clenilton Pereira (PSDB), também aprova as medidas alinhadas pelo governo do Estado. Ele diz que ainda aguarda o envio das normas discutidas na terça-feira com a entidade e os maiores municípios de SC, mas considera que o governo está fazendo sua parte ao definir as ações, que devem envolver restrição de 25% para espaços de lazer, reforço de fiscalização com mais policiais militares e investimento em leitos.
– Quanto a ser mais restritivo, é lógico que todos queremos, mas temos que ter cuidado com a retomada da economia, que está começando a voltar e pode ter baque grande. É uma decisão difícil de ser tomada – avalia.
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O dirigente considera que o mais importante é que o Estado tenha acesso a vacinas e que a população mantenha os cuidados contra o contágio no dia a dia, mas de forma geral aprova as medidas em discussão.
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– As medidas são positivas porque atendem à restrição que a gente pede, mas ao mesmo tempo não fecha o comércio, por exemplo. Entendo que fechar o comércio não resolve. O que a gente precisa é cuidar no comércio. O retorno das aulas também é muito importante, mas a gente tem que ter cuidado, conseguir vacinar os professores. E aí voltamos à mesma situação de necessidade de vacinas – conclui Pereira.
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