A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno no plenário da Câmara nesta quarta-feira (10) despertou otimismo em entidades empresariais de Santa Catarina. A proposta estava em discussão há meses no Congresso e entrou na pauta do plenário na terça-feira.
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O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, afirmou, em nota, que a aprovação da reforma é importante porque sinaliza que mudanças estruturais tiveram início no país. O impacto positivo ocorre mesmo sem esta ter sido a reforma ideal na avaliação do dirigente, por economizar menos que o esperado inicialmente e por não incluir estados e municípios.
– Isso (a reforma) é fundamental para a volta da confiança e, por consequência, dos investimentos e contratações. Após a tramitação da reforma da Previdência, precisamos agora avançar com a tributária, buscando a simplificação do sistema para recuperar o tempo perdido no crescimento do país – analisou.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC), Bruno Breithaupt, segue a mesma linha de otimismo. Segundo ele, a aprovação cria expectativa positiva de atração de investimentos, o que deve representar geração de empregos e um crescimento da economia com mais intensidade de agora em diante. Ele também engrossa o coro em defesa da reforma tributária e diz que o país volta a ter uma pauta positiva.
– Os efeitos não vão ser tão rápidos assim, mas a motivação, a expectativa boa de futuro faz com que investidores que eventualmente estavam aguardando essa definição, voltam novamente a investir, tendo confiança não só na reforma da Previdência, mas de que as outras também sejam votadas – pontua.
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O presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis do Vale do Itajaí (Sintex), José Altino Comper, também faz avaliação positiva da aprovação.
– O Estado precisa de equilíbrio na receita, mas não é cobrando mais impostos. É um passo importante essa aprovação, para que termine o quanto mais cedo, até por que tem outras reformas pelo caminho – aponta.
CUT considera aprovação uma derrota dos trabalhadores
Entre algumas entidades ligadas a trabalhadores, o tom é mais crítico ao repercutir a aprovação da reforma da Previdência. A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Santa Catarina, Anna Julia Rodrigues, considera que o resultado da votação foi uma derrota para a classe trabalhadora.
– Quem vai pagar essa conta serão os mais pobres, os trabalhadores, os idosos, professores, servidores públicos. Mesmo que se fizesse qualquer tipo de emenda, o princípio da desconstitucionalização passou. Isso é grave porque com qualquer outro projeto de lei o governo pode modificar a Previdência dos trabalhadores, do serviço público, dos que eles deixaram de fora. Hoje não passou o BPC, mas ali na frente eles podem mudar isso – avalia.
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A dirigente sindical criticou a rapidez com que a proposta foi votada em plenário e os votos dos deputados catarinenses – 15 dos 16 parlamentares do Estado votaram a favor da reforma. Segundo ela, a reforma não vai combater privilégios.