A saída de Manoel Dias do Ministério do Trabalho, com a reforma anunciada pela presidente Dilma Rousseff, deixa Santa Catarina órfã na Esplanada de Brasília. Com a ausência do até então único representante no alto escalão do governo, o Estado perde representatividade institucional e vê a janela do diálogo se abrir com menos facilidade a partir de agora. Essa é a avaliação de entidades de SC sobre a troca de ministros, tão especulada nos bastidores e confirmada nesta sexta-feira pelo Palácio do Planalto.

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Embora Maneca tenha permanecido no cargo mesmo com inúmeras notícias no meio político que davam como certa a mudança na pasta, entidades como a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) reconhecem que a situação era difícil, até pelo tamanho do PDT, partido de Dias, na costura da administração petista. Sem o catarinense, começa um novo trabalho de aproximação.

– Seja qual for a posição que for ocupar, sempre é bom ter alguém do Estado no governo federal. A relação é diferente, mais próxima. Especificamente o Manoel Dias tinha um bom contato. Se muitas vezes não conseguíamos mudanças, mas tínhamos possibilidade de discutir com mais facilidade os problemas de Santa Catarina – destaca o presidente da Facisc, Ernesto João Reck.

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Nos sindicatos de trabalhadores, a análise é semelhante. A Força Sindical reforça a percepção de que, apesar das dificuldades e dos entraves impostos por questões políticas e técnicas, a presença de Manoel Dias ao menos estreitava significativamente o laço com Santa Catarina.

– Ele vem das bases trabalhistas, conhecia os trabalhadores e tinha uma afinidade muito grande para o diálogo com a nossa categoria e também com os empresários – afirma o presidente da entidade, Osvaldo Mafra.

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O presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores, Altamiro Perdoná, considera que o problema na reforma ministerial vai além da figura de Maneca. Ele pondera que a junção dos ministérios do Trabalho e da Previdência em um só prejudica o andamento das demandas, agravado ainda mais para as solicitações catarinenses com a saída do pedetista.

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Já a Central Única dos Trabalhadores em SC (CUT-SC) diz que, independentemente de quem seja o ministro, o relacionamento e as cobranças são os mesmos.

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A reportagem tentou contato com o ex-ministro durante toda a sexta-feira, mas ele não foi localizado e não houve retorno das ligações ao celular de Manoel Dias até a noite desta sexta-feira.